CONFIDÊNCIAS ... BIOGRÁFICAS? (8): Pétalas ao vento quente...

PÉTALAS AO VENTO

Pétalas ao vento quente... derramado

Suavemente sugada levada pelo prazer

Feito sol ardente entrega-se... deixa-se...

Um gosto delicioso sabor de amor...

Esparrama tuas pétalas abre-se

Sente o vento suave lhe penetrar

Recebe um jato de água fria

Sempre bela na madrugada... [...]

ANGADEROSAalma, RdL, 03/01/2009 (T1364868)

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A poesia, cara poeta que acabo de encontrar (achar?; topar?: tanto tem), sempre (me) provoca; produz em mim uma secreta angústia por descobrir o seu segredo, em que aninha, sempre aninha.

A meu ver, a poesia, cada texto poético, mais ou menos lírico, guarda, esconde (e descobre!) um segredo, cuidadosamente, mas com descuido, com cuidado descuido.

Porque sempre, sempre diz mais do que exprime e, porém, exprime bastante mais do que numa primeira olhadela diz.

Por exemplo, no poema de ANGADEROSAalma, que são "pétalas" e que "vento"? São essas partes do corpo feminino e masculino que talvez alguns estamos imaginar com leve lascívia... e inveja?

Sei que eu me tenho permitido nomear (cá, no Recanto das Letras) a sensualidade carnal feminina por meio dessa palavra, como também de "rosa" e mesmo de "cravo" (esta, hesitante), mas não me ocorreu chamar-lhe à sensualidade masculina de "vento". E, com certeza, a imagem, mais do que metáfora, é linda, certa e delicada. Acontece que o vento, tornado em furação, pode mesmo violar a Natureza mais formosa, mas em regra o vento não causa graves destroços... Salvo nesta época de mudança climática grave... mas provocada pela ação do homem.

O homem... Curiosa mudança, também, na semântica da palavra: Do ser humano, varão e mulher, no latim original passou, nas línguas neolatinas, a denominar apenas o varão... E talvez do varão seja toda a responsabilidade ... e culpa das mudanças, a pior, na História e não apenas da inferida no clima.

Onde é que cheguei nas minhas matinações, meus deuses! Fico cá. E pronto.