Desabafo de Fim de Ano

Algumas pessoas insistem em viver de aparências, sempre buscando prestígio e aceitação. Estampam um sorriso amarelo na cara e desfilam com suas sacolas de grife e carros descolados, esperando um reconhecimento que em nada se mostra útil. Não percebem que são padrões imaginários de felicidade, confeccionados pela sociedade mesquinha e artificial em que vivemos atualmente. E a cada dia que passa, isso se torna mais visível. Está tão comum, que é possível identificar de longe os indivíduos da espécie com a doença do consumismo excessivo. Não há troca de idéias e tom de palavras que não os entreguem.

Podem colocar um alfinete de preconceito sobre mim, porque não considero. Em tão pouco tempo de vida, minha experiência me mostrou que as pessoas estão ficando cada vez mais indiferentes aos verdadeiros problemas que infestam a sociedade. A lei do mais forte impera e o mais forte é quem lucra mais. E para lucrar mais, o jogo mais sujo é válido, encoberto por quem deveria agir para impedi-lo e/ou corrigi-lo. Triste realidade esta, que torna os indivíduos tão insensíveis e o óbvio tão invisível. É esta falta de bom senso regado pelo capitalismo selvagem que vai apagando o respeito de uns pelos outros. Em cada aproximação, há um interesse. Em cada palavra, há falsidade. Até a instituição familiar vem perdendo sua credibilidade, por falta de confiança.

Mas, apesar de tudo, ainda resta esperança em meu coração. Vejo uma luz no fim do túnel, pois, felizmente, há aqueles que tentam fazer a diferença entre os soldadinhos do sistema. Há por todo o mundo os que lutam contra a decadência social e ambiental, movidos pelo respeito e pela compaixão. Obviamente, não são perfeitos e nunca serão, mas são livres de máscaras e falsas exibições. Existem pessoas que, assim como eu, tentam buscar dentro de si mesmas uma razão justa de viver e um modo simples e feliz de levar a vida. Por este motivo eu cultivo, como posso, bons sentimentos e atitudes, na esperança de ver nascer e crescer nas pessoas este mesmo olhar natural e equilibrado que aprendi a ter, apesar de todos os defeitos que tenho.

* Que no ano novo que chega e a cada dia, as pessoas se conscientizem de que nós colhemos o que plantamos, cedo ou tarde;

* Que façamos diariamente um auto-exame de consciência, realizando a tão importante introspecção;

* Que possamos abrir nossos corações e enxergar além das satisfações superficiais e materiais, que não são dignas de apreciação;

* Que deixemos de lado o egoísmo e passemos a semear o respeito pela própria vida e pela vida do próximo, seja ele quem ou o que for;

* Que Deus nos conceda sabedoria para que possamos aprender com nossos próprios erros e tentar aperfeiçoar nossas atitudes, sempre.

Em 2009 e todos os anos que se seguirem, são estes meus votos para cada indivíduo que habita este Planeta, porque enquanto estiver viva, terei esperanças de um mundo melhor.

23 de Dezembro de 2008

Ana Marlyny Monteiro Souza
Enviado por Ana Marlyny Monteiro Souza em 23/12/2008
Reeditado em 07/01/2009
Código do texto: T1349514
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.