Convibrar 2009

Faz quanto tempo que você não se sente verdadeiramente feliz com a conquista de outro?

Aquele amigo que tenta entrar naquela universidade há tempos, este ano conseguiu e está felicíssimo.

O quanto esta notícia também foi capaz de fazer você vibrar?

Aquela outra amiga que tanto esperou por uma promoção finalmente no fim do ano recebeu a comunicação que no comecinho de 2009 ocupará o cargo tão desejado. Ela telefonou avisando que passaria suas melhores festas de fim de ano. E você, como recebeu a notícia?

Como esta noticia fará você melhorar suas festas?

Uma outra amiga chorou um ano inteiro a dor da separação, mais tarde procurou por você para dizer que depois dele ter pensado melhor, ter refletido sobre a sua vida, entendeu que ela sempre foi a mulher da sua vida. Eles voltaram e ela lhe disse isso radiante.

O quanto essa situação fez de você uma pessoa mais feliz?

Não precisa responder a nenhuma destas perguntas de pronto, é bom refletir, se possível ir ao mais fundo de seu coração e só depois dizer, ainda que seja só para você mesmo ouvir, o quanto a alegria do outro tem lhe alegrado.

Talvez estejamos sendo treinados pela sociedade atual, de que da mesma maneira que não devamos interferir na vida de ninguém, da mesma forma que a lágrima do outro não motive a nossa, também a felicidade do outro não pode nos fazer feliz. Ou seja, se tal treinamento social estiver realmente em ciclo, significará que seremos a cada dia mais individualista, que nos preocupemos única e tão somente com a nossa própria vida.

Portanto, de que adianta ver o outro feliz por ter conquistado algo, se eu não conquistei nada? Sendo assim, vamos nos tornando cada vez mais amargos e infelizes.

O que assusta é que algumas vezes não conseguimos disfarçar a satisfação ao ver que o outro também não conquistou. Isto para nós soa como auto-desculpa do tipo: “tá vendo, eu não fui capaz porque é muito difícil mesmo, ele também não conseguiu”.

Mas os sustos não param por ai.

As vezes conquistamos, conseguimos, chegamos lá, mas internamente torcemos para que ninguém mais consiga. Assim, nos restará o consolo de que somos os melhores e que tal conquista é exclusiva.

E pior ainda é saber que muitas vezes nem sequer somos felizes com o que conquistamos, porque ocupamos nosso tempo de felicidade com o medo e com a preocupação de que o outro também possa conseguir e aí, bem, aí já não seremos os únicos e nesta condição continuaremos infelizes.

Será que o mundo atual nos quer assim? Ou, o mundo não tem nada que ver com isso, a gente mesmo é que está se querendo assim?

Tolice, porque se observarmos bem em nenhuma destas situações fomos felizes. E, estamos nesta vida para quê? Não estamos na busca da tal felicidade?

Ora, então é preciso criar o máximo de oportunidades para nos sentirmos felizes.

Permita-se sofrer com a lágrima alheia, sem a hipocrisia de querer sentir a mesma dor, mas fazendo com que o outro sinta que aquilo também o incomodou. E quando, de verdade, você se torna capaz de tal sentimento, por incrível que pareça você estará criando uma oportunidade a mais para ser feliz. E sabe por quê?

Simplesmente porque no momento em que o outro voltar a sorrir, seja pela superação, ou, pela solução do problema que o incomodava, você terá também um motivo para a felicidade.

Aprendemos nos primeiros anos de escola que o homem é um animal que não vive só e às vezes passamos o resto de nossas vidas sem aprender como viver melhor em sociedade. Desde que apareceu a palavra concorrência, vivemos concorrendo com tudo.

Faz-se necessário dizer que em alguns setores da vida a concorrência é muito positiva, assim como é necessário que eu diga, que não podemos cometer o equívoco estúpido de ver positividade concorrer em tudo.

É necessário "convibrar", que significa vibrar junto com o outro. E para verdadeiramente convibrar se faz necessário que o sucesso do outro, também nos faça feliz. Só convibrando é que estaremos de fato comemorando, celebrando.

Convibrar é uma palavra que sempre exigirá mais que um, ou, no mínimo dois. Mas, há uma exigência ainda mais fundamental, que os dois, ou mais de dois, estejam vibrantes, felizes, em comunhão.

O motivo de tal vibração pode ser a conquista de apenas um, mas que o sabor desta conquista seja de vitória para todos que estão convibrando.

Ainda neste começo de ano, deixo mais esta sugestão - vamos convibrar!

Não tenho nenhuma dúvida de que cada vez que dois, ou, mais que dois convibrarem o mundo será um lugar melhor para se viver e não apenas lugar comum para a palavra “Parabéns”.

Paulinho Boa Pessoa
Enviado por Paulinho Boa Pessoa em 22/12/2008
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