Amor Presenteado
Estou vivo, e não por um acaso qualquer, mas por propósitos divinos. Isso é incrível! Eu, sem nada ter feito para que me fosse acrescentado ou diminuído, mesmo antes de existir, sou fruto de um presente existencial. E não apenas um presente, não assim como quem cria um robô e lhe submete aos seus comandos, mas com a prerrogativa de ser semelhante ao Criador, assim como um fruto do seu amor incondicional. E é sobre esses dois atributos de Deus, Presentear e Amar, que quero manifestar a minha concisa opinião.
Quando entendemos que em nós não existe bondade que seja propriamente nossa; no momento em que a razão chega ao centro da alma, nos fazendo perceber que o bem que fazemos na verdade advém de um Bem Excelentemente Maior, aí começamos a agir na mesma amplitude de pensamento com que fomos criados. Porque Deus não amou o mundo de tal maneira, por estar o mundo prontinho para ser amado, Deus amou porque Ele ama, pura e simplesmente! Nós devemos amar porque alguém amou primeiro, e devemos ser semelhantes a Ele em amor.
Tentando trazer a idéia para a forma mais simples e prática do nosso viver, é que será descrito agora. Quando se deseja presentear alguém, utilizamos o dinheiro para comprar o presente. Claro que existem presentes que não precisam ser adquiridos na forma pecuniária, mas apenas como exemplo, será mantido dessa maneira. Em algumas ocasiões, faz-se do dinheiro o próprio presente; mas ainda que este seja indispensável, o dinheiro não é o presente, ou não deveria ser. O dinheiro depende de circunstâncias externas para ser obtido, das quais são exemplos: bom emprego, habilidades empreendedorísticas, heranças, doações, transferências, etc. Porém, o verdadeiro presente é manifesto interiormente, e independe de circunstâncias. O presente visível é apenas o símbolo do presente que se esconde por dentro. Dou porque dou. Presenteio porque presenteio. Se assim não fosse, dependeria sempre de um tapinha nas costas, de um papo legal, de um sorriso mesmo que amargo.
O presenteador pode ser, e na verdade poucos são de fato, sensíveis ao amor. È o único lastro que valida um presente sincero. Sendo que, esse amor falado não é o que provém do presenteado, mas do próprio presenteador. Se dependo do amor do presenteado para presentear, já não é interno e sim externo, logo, falta verdade nele, ainda que no presente não falte nada. O presente-amor tem parâmetro. Jesus é o nosso presente-amor dado pelo Pai, e é mais do que isso, Ele é amor-presente, amor conosco, Emanuel. Esse Jesus embalado para presente, foi dado pelo Deus que é Pai, a uma humanidade decaída que não conhece o que é amor. Deus olhou pra dentro dEle quando quis presentear; ai de nós se ele olhasse pra fora!
Um presente não vale 200, 300 ou 1000 unidades monetárias. Penso que vale sempre muito mais do que isso. O presente é do valor do meu amor. Então tem muito valor, pois esse amor vem de Deus, e tudo que é dEle vale muito. Quando presenteio, não espero a reação do presenteado, espero a minha reação. Se eu não sinto que o presente é amor totalmente derramado, então dou mais um pouco, para que de mim fluam rios de amor-presenteado.
O Natal está chegando, e talvez essa seja a época do ano onde mais se presenteia. Que nós possamos refletir sobre isso. Presenteando e amando, e amando presentear, afinal: de graça recebemos toda Graça derramada na cruz.