A Astúcia e a Simplicidade
Eu estava rememorando algumas passagens dessa grande personalidade planetária que foi Jesus.
Estava olhando as infinitas dimensões das coisas e do planeta segundo o ponto de vista que olhamos, segundo a distância em que visualizamos o objeto...
O gênero humano, no seu processo de humanização caminha a passos lentos... Sempre idêntico em sua essência independente de localização geográfica ou cultura...
E lembrava como eram desconcertantes as respostas de Jesus, àqueles que supunham ser mais espertos, ardilosos, audazes, mediante a sua figura simples , despojada de atavios...
Vêmo-lo envolto a situações criadas pelos que pretendiam enredá-lo, desmascará-lo, atirá-lo em contradição...
Numa dessas ocasiões, contando com a insatisfação do povo com a cobrança de impostos efetuada em nome de Cezar, Rei de Roma, perguntaram a Jesus se o povo deveria ou não pagar o tributo a Cezar.
Imaginavam, em suas mentes distorcidas pelo egoísmo e orgulho, que não haveria saída para o Mestre. Pois se dissesse que o imposto não deveria ser pago a Cezar, os prepostos de Cezar o prenderiam, e se dissesse que era justo pagar a Cezar, acenderia o estupim da revolta em meio ao povo...
ELE, sem se prender a qualquer interesse dos mitigantes, desfere o verbo sábio e desconcerta aos que se regulam por suas lógicas comesinhas, quando pergunta-lhes: "O que vedes nessa moeda?" Respondem-lhe: "A esfinge de Cezar". Disse-lhes Jesus: "Pois, dai a Cezar o que é de Cezar e a Deus o que é de Deus”. Eles ficaram estupefatos mediante aquela lógica.
Assim sucedeu em outros casos como o do apedrejamento da mulher adúltera. Jesus surpreendera-lhes a astúcia, que sempre se julga em alta conta, superior aos demais...
Muitas vezes a simplicidade, a ausência de meios ardilosos nas relações cotidianas, também desconcertam os que se alimentam da intriga e da malícia, para atingir os seus alvos.
Homens de escol, espíritos iluminados a serviço do Bem, sempre vieram à terra, em nome Daquele que tudo criou para auxiliar o nosso processo evolutivo. Eles apareceram em todas as eras, nas mais diversas culturas
Conta-se que na Grécia antiga havia um homem desses, no oráculo de Delfos, respeitado pelos conselhos sábios que beneficiava a quantos o procurassem.
Naquela região vivia outro homem, que nutria especial animosidade pelo respeitável porta-voz de Zeus no oráculo.
Contava desmascará-lo e mostrar aos pares que ele mentia e enganava, fazendo-se passar por sábio.
Ajustou ir procurá-lo e propor-lhe uma prova.
Levou oculto nas mãos um pequeno pássaro e perguntaria ao oráculo se o que ele tinha em mãos era vivo ou morto. Se ele respondesse que era morto, soltaria o pássaro. Se dissesse que era vivo, esmagá-lo-ia nas mãos e ganharia o embate em meio a glórias.
Assim o fez.
Fixando-lhe o olhar sereno o sábio do Oráculo de Delfos redargüiu: “A resposta está nas tuas mãos”.
O homem contrafeito, foi obrigado a admitir a veracidade daquela resposta.
O princípio da justiça é lei natural do universo inscrita em cada consciência. Agir dentro desse princípio costuma desconcertar opositores ardilosos.
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