DOS CAPÍTULOS DE CAPITU

Quando classifico a categoria deste meu texto com mensagem, na verdade intenciono mandá-la à NOSSA TELEVISÃO ao mesmo tempo que parabenizo a telinha pela belíssima iniciativa cultural na apresentação da minissérie Capitu, acredito talvez que em homenagem ao centenário de Morte do nosso grande literato.

Falo tão somente na qualidade de telespectadora, pois acho que devemos aplaudir quando um ícone da literatutra brasileira, um verdadeiro gênio das nossas letras, é trazido para o contexto popular, dentro dum veículo de comunicação que ultimamente pouco contribui com a cultura mais "acessível".

Machado de Assis é um clássico, e confesso que já o li várias vezes, e sempre que repito a leitura duma mesma obra, tenho sempre a aprender , mais a sentir, um novo a enxergar.

Nos primórdios da nossa formação infantil é quase impossível passar-às crianças e adolescentes a essência do escritor, o quanto Machado de Assis é expectador (talvez um tanto protagonista da sua própria obra), o quanto trabalha a vida dos seus personagens, seu contexto social, sua psicologia, seus dramas, enfim, a nítida colocação do quanto nós personagens da vida, estamos a mercê do jogo do destino ,dos mistérios da vida, ao léu dos caminhos que desconhecemos, dos seus palcos inesperados , nos quais muitas vezes somos mais vítimas-ainda que pontas ou protagonistas- do que comandantes das rédeas dos diretores de arte.

Ontem, na finalização da minissérie, senti que a técnica de teledramaturgia (belíssima, aliás) nos colocou numa resenha de "Dom Casmurro" ( Eu o estou relendo ) muito bem elaborada, delicada, numa narrativa extremamente poética, que nos levou, de fato, às "rua do cadete" das nossas vidas.

De emocionar, deveras.

E o finalzinho glamuroso, nos transportando sobre os trilhos, aqueles que tanto cantamos como poetas, sob a maravilha do nosso samba.

Seria Cartola? Não consegui ter certeza.

Deixo aqui meus parabéns a toda a produção da minissére, aliás mini de verdade, numa resenha de alto nível, que tão bem engrandece a nossa cultura, e que tanto enternece a vida e os nossos corações.

Nota: Pena que para se ver o belo, ainda se faz necessário pagar por altos pedágios...