Natal!
Natal!
É mais um natal!
E, o que mudou no mundo por conta disso?
A violência aumentou e a indiferença também continuou.
O estresse e as correrias loucas atrás do dinheiro, atropelam e matam, escravizam, discriminam e afastam as pessoas.
A tecnologia dissipou os sentimentos arbitrariamente e esfriou as relações.
De repente, parece que tudo é só burocracia e maquinaria; até o ser humano se desumanizou.
Há muito jogo de interesses vulgares, muita sexualidade e falta de pudor; os valores foram soterrados ou colocados nos museus.
Parece que o mundo alucinou e a humanidade enlouqueceu.
Já não há mais tempo para os diálogos, as palavras perderam o sentido e, os amores desapareceram.
Parece que até já não existem mais amigos e o medo está por toda parte.
As crianças não têm mais infância nem inocência; não se cantam mais cirandas nem modinhas, não se brinca de amarelinha nem se contam mais estórias de carochinha.
Enquanto o mundo pega fogo pela falta de consciência da maioria de nós, as pessoas andam frias, congeladas, engessadas, materializadas, robotizadas e, a criminologia, a corrupção, a anarquia comandam as nações.
O namoro transformou-se em modismo de ficar e, desapareceu o encanto das conquistas entre os casais.
A boa música está em processo de reabilitação porque foi tão esfacelada que enfraqueceu e quase morreu.
As escolas cada vez mais afundam num poço de demagogias e processos de “faz de conta”, porque cada vez se formam mais profissionais incompetentes que ostentam tantos títulos sem função real.
As lares estão cada vez mais complicados de serem reconhecidos como tal, e, a família ficou démodé; tudo virou “curtição”.
Mas estamos sempre fazendo comemorações de tudo; tem dia pra tudo, discurso pra tudo, homenagem pra tudo.
E as pessoas? As pessoas continuam ignorantes, arrogantes, se arvorando de um pretenso saber quando na verdade, todos somos insignificantes nesse imenso universo nosso desconhecido.
E porque nada sabemos, ainda não aprendemos a festejar o natal nem a realizar um ano novo vital.
E, ainda que repitamos todos os anos – FELIZ NATAL!, as nossas palavras não fazem eco porque não sabemos o que estamos a dizer porque precisamos mesmo é, RENARCER.
Autora: Claudenice Rosário
Alagoinhas/Bahia/Brasil
13/12/2008