CONFISSÃO DE POETA
Eu estou de corpo e alma nos meus escritos, pois não basta uma pessoa ser capaz de construir poemas aparentemente perfeitos na forma, nas rimas e atributos "externos". É necessário algo mais vital, algo que se insinua e para o qual as letras são somente instrumentos. Já li textos aparentemente toscos, sem muito refinamento, sem nenhuma preocupação com a forma, aonde quem escreveu passou coisas incríveis que me atingiram profundamente. Ser poeta também é um aprendizado, pois o chamado talento não passa de sensibilidade que vai se aprimorando pelo exercício da observação e vontade, aliados a uma profunda humildade e sentimento de que não somos os agentes, os criadores, somos apenas elos de uma corrente infinita.