Ela queria ser louca... mas não era.

Ela queria ser louca, mas não era... aliás a sua sanidade a atormentava intensamente... suas responsabilidades, suas colheitas, seus amores e suas dores.

Ela queria ser engraçada, mas não era... na verdade não conseguia, estava tão consumida em mágoas e em ressentimentos que tudo que dizia ou fazia refletia a sua condição de prisioneira de si mesma.

Ela queria ser dura como rocha, mas não era... de madrugada seu travesseiro testemunhou por diversas vezes a sua fragilidade de flores e de sonhos.

Ela sabia... era mais uma Maria ... mais uma bela mulher, atormentada pela sua consciência que insistia em lembrar-lhe que a amargura não é o caminho da serenidade, mas era pura autodefesa.

Ela queria perder a esperança... mas a sua sensibilidade não permitia... e assim ela seguia, entre a extrema lucidez e a desejo de loucura... no fim... ou talvez em um novo começo... ela faria tudo diferente... Brotou um sorriso de menina nos lábios... e o coração cansado das torturas da vida vislumbrou mais uma vez a possibilidade de luz e de mel.

Cris Morais
Enviado por Cris Morais em 07/12/2008
Reeditado em 19/12/2008
Código do texto: T1324016
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