DE CARONA...NO ESPÍRITO DO NATAL
Fim de ano, e mais uma festa cristã se aproxima.
São dois mil e oito anos que quase findos, escrevem a conturbada história da humanidade, inclusive após a era Cristã.
Independentemente de crenças e religiosidade, um grande recado nos foi deixado.
Mesmo para os que não são cristãos, a passagem de Cristo pelo mundo, foi um marco histórico.
E acredito que dentre tantas lições de amor que nos deixou, o seu próprio nascimento já nos tenha sido o maior dos aprendizados.
O primeiro dos grandes simbolismos foi a maneira e as condições do seu nascimento.
"O quanto o pouco é muito, e o quanto o muito pode nos ser nada".
"O verdadeiro ouro pode não brilhar a primeira vista."
Nesses dias estou pensativa, como podem observar.
Gosto de olhar para a vida, para o mundo, e de certa forma agradecer por tantas vezes me sentir qual um aluno espectador dos fatos, que argui o Mestre em pensamentos; e assim tento unir e entender as mensagens que nos chegam a todos os instantes, no palco dessa nossa vida tão misteriosa.
Ainda nessa semana ouvia a rádio Jovem Pam fazer uma chamada muito bonita sobre o Natal, e lá falavam da família.
Confesso que emocionei com o que lá foi comentado.
O Natal traz de volta a necessidade inata que temos de nos agregar no palco das famílias. Às vezes , embora modernas, ainda famílias.
Mas, está muito difícil nos dias de hoje a tal da agregação.
A vida agitada, o stress urbano, o materialismo fora do controle, a corrida pelo dinheiro, até pelo qual não se precisa, o egoísmo, o egocentrismo, a falta de diálogo, e as perdas das relações que se avolumam nas estatísticas, aquelas que representam nossos vínculos mais fortes de amor e de construção, e que deveriam, de fato, ser invioláveis.
Enfim, deixamos de lado os "nossos verdadeiros ouros" para angariarmos os "ouro de tolo" , os metais mundanos que oxidam, que viram sucatas.
E de sucatas em sucatas, chegamos ao final do nosso tempo, desperdiçados, por termos desperdiçado as chances de real felicidade, daquilo que nos torna plenos, que sempre está no prazer e na sabedoria de se ser feliz nas coisas mais simples, nos momentos de verdadeira convivência.
O mundo está aí, do jeito que o construímos!
Terminamos mais um ciclo pontuado por fatos que jamais suporíamos, não fossem alguns teológos que detêm certos entendimentos.
Mas como pessoa leiga, que apenas gosta de analisar, tenho pra mim que está mais do que na hora de se prestar muita atenção nos fatos que eclodem a cada canto do planeta.
O mundo não vinha nada bem, de fato, e de repente somos alarmados por uma quase quebra duma ordem econômica mundial que precisava ser revista pelos líderes, mas antes, ser bem fragilizada.
Uma ordem que gera muito a poucos, e quase nada a muitos, e que em nada privilegia a dignidade do trabalho!
Talvez um grande sinal. Sinal dos tempos.
Sinal de que precisamos nos enxergar melhor uns aos outros e valorizar o que realmente tem valor.
Se um dia perdermos todo o nosso entorno, como infelizmente ocorreu a tantas pessoas vítimas das águas, por aqui e pelo mundo, o que restará será a nossa força para nos levantar, juntamente à força das mãos que conseguimos apertar e segurar...pela vida.
E nessa hora, com certeza, juntos ergueremos os olhos para cima, a procura duma força maior, que possa nos reabastecer, naquilo que nos é essencial.
O Natal é sobretudo tempo reflexão, posto que nele também renascemos na nossa vida espiritual, no intuito de aperfeiçoar nosso tempo de caminhada pela Terra.
Que Deus ilumine os nossos olhos, abençõe os nossos desejos...e oriente a nossa tão vã razão.
Tenhamos todos um Natal de Paz, num mundo mais humano!