Supremo

Em seus votos longos e prolixos, seguros

Abrem as portas da injustiça e do caos

Em linguagem impregnada de tecnicismo

Mantêm em cárcere, às vezes, inocentes

Libertam, fundamentadamente, lixo social

Em demonstração cabal de puro cinismo

Relatores, eminências, doutores e tal

Autoritários encastelados na arrogância

Ignoram paixões, mídia e clamores, dizem

Soltam, entrementes, com juízo de corpo

Sucumbindo ante outro poderio: o vil metal.

Em discursos pernósticos soltam colarinhos

Dando aparência de decência a imoralidades

Efetivando no espaço a que denominam corte

Decisões, em acórdão, indignas de circo