Cada pessoa nova dá vida ao que já existe. Hoje cuidei de uma pequena parte desse jardim e me livrei de coisas tóxicas e antigas, retirei as ervas daninhas, fiz um limpeza no meu pequeno espaço simbólico. Restaram pedaços bonitos de coisas que eu desejo, admiro, quero, preciso, contemplo. Algumas flores do meu jardim que eu gostaria de dividir: Carinho, afeto e agradecimento.
Lendo por ai encontrei um bonito relato de uma amiga de Dona Ruth Cardoso, uma coisa assim absolutamente fina e elegante:
" Ruth era uma pessoa absolutamente rigorosa com o que pensava e o que fazia, e ao mesmo tempo doce e gentil. Era uma grande intelectual, que não se envergonhava de acompanhar todas as novelas. Quando perdia um capítulo me ligava para saber. Além disso gostava de sua casa e cozinhava maravilhosamente bem. Ser isso tudo , e, ainda ser a mulher que constrói sua identidade numa sociedade que acha que você é apenas " a esposa do.." é algo incomum. Não era uma coisa fácil ser casada com Fernando Henrique, mas ela conseguiu ser companheira, solidária, mulher e ter uma vida independente. Uma pessoa coerente, ética, sensível, firme, mas afetuosa sempre. Nos ensinou que é possível sermos como somos, imprirmos nosso estilo no mundo, e não nos pautarmos por esteriótipos e padrões pré-concebidos, inclusive aquele da "primeira dama" existente no imaginário de muita gente. Me ensinou particularmente a defender minhas idéias com elegância, sem ser autoritária e arrogante. Sentirei saudades!"
Uma amiga querida me disse que pareço ter alma cigana. Talvez pela diversidade dos textos que crio. Sei lá.. Mas creio mesmo que ela tenha acertado.
Estou sempre em constante mudança interior. Absorvo o que me faz bem
e excluo o que nada vai me acrescentar. Mais gosto de ser assim.
Cultivo e cuido do que ganhei e amo. Uma das coisas
mais preciosas para mim é a amizade. Exatamente como essa que dona Rutth
teve em vida.
Por isso deixo gerânios do meu jardim para todos que lerem esse meu texto.
Não é ótimo, isso?!
Muitos gerânios para todos