Poeira na estrada do nada

Poeira na estrada do nada

Vanderli Granatto

Queres brincar, queres sorrir,

riso solto, sem limites...

Queres amar, viver o desatino.

Pare! Pare!

Primeiramente aprendas a viver!

Escutes a chama do bem.

O desconsolo, consumirá teus dias.

Penses, repenses nos atos teus.

Saias do erro!...

Porque não queres pensar?

Tomes outro rumo, pois assim como está

és o nada caminhante,

nesta terra de ninguém.

Revolta, dor, tomarão conta do teu ser.

Tenhas limites...

Para que procurar sofrimento?

Por quê querer ser igual aos desatentos,

indiferentes aos males?

Renasça.

Quebre as algemas malígnas!

É revoltante saber alguém perdedor,

por não usar a razão.

És a poeira do nada?

Adentrastes em redemoinhos medonhos.

Giras, giras, giras...

Giras na terra do nada, na terra do ninguém,

na terra dos dementes, que não pensam,

agem inconscientemente.

Sementes que semeiam o mal permanente,

incoerentes com o bom andamento

deste viver e sentir.

Se dizem alguém,

na estranha fantasia do ninguém.

Fantasmas da vida?

O que ganham articulando erros,

se destruindo e destruindo o outro?

Apenas acham o ilusório bom?

Parem com isso!

Amadureçam!

Acertem o alvo!

Querem ser maltratados,

maltrapilhos da vida,

despudorados, soltos, livres, sem limite?

Jovens adultos, brincam com a vida,

na terra da vida.

Qual o futuro desta geração?

Sem esperanças...

Caminham desatentos ...

Atentado à vida...

Mas que vida tens?

Rogai Mãe do divino amor, rogai por nós.

Tende piedade, estão soltos os animais.

Ninguém tem alma, nem coração,

corpos feridos, felizes,

no gozo do impuro.

Inercia do ser existente dentro de um corpo

que só o mal contêm.

Deixaram o mal os abater

e o pobre corpo lá vai à frente,

ao gozo do nada,

na maldita terra do ninguém.

Cárcere, prisão do medonho, vidas ao léu,

sem condição de dizerem-se humanos.

Humano é humilde, humano tem coração, humano tem razão, tem emoção, tem comedimentos, tem discernimento, tem convicção.

Onde estão os humanos?

Em que lado da terra fica esta nação de humanos?

Debilitados corações impuros, duros,

esquecem a direção.

O agora é emergente.

O riso fácil é bom.

O impuro é certo.

Distorceram mentes.

Hipocrisia na terra,

sementes semeadoras do mal.

Riso fácil...

Terra do nada....

Nada se tem...

Nada se leva...

Para que ser alguém?

"E aí meu?...Tudo beleza?...."

Que futuro plantam?

Somente ser pó basta, levantou, abanou,

o pó volta a ser pó.

Poeira na estrada do nada, na terra de ninguém.

Platéia olha, sofre, abaixa a cabeça...

Nada! Ninguém faz nada...

Batam palmas o circo do horror,

entre nós se instalou...

Vanderli

10/11/2008

Botucatu/SP