Nossas crianças...
Arnaldo, alma leve, sutil, poética...
Colocava seu talento musical a serviço do ser humano dedicando parte de seu tempo a ensinar crianças carentes a cantar e tocar instrumentos musicais.
Assim são os verdadeiros poetas da vida, não se contentam apenas em se elevar, querem sempre compartilhar seus predicados e garimpar talentos.
Semear o amor – seu ideal – transformar a vida num poema – seu objetivo.
Certa vez, foi procurado por dono de grande estabelecimento de ensino que lhe fez a seguinte proposta:
- Quanto queres para ensinar apenas as crianças de minha escola?
Respondeu o poeta:
- Dinheiro algum compra o carinho que tenho pelos meus pequenos, contudo, tenho uma sugestão; poderíamos unir minhas crianças com tuas crianças, assim, transformaríamos todas em nossas crianças, o que acha?
Asseverou o empresário:
- Isso complica, como ficará o marketing de minha empresa?
- Deixe um pouco o marketing de lado e pense no amor, pense no benefício que trará a todos ao fazer essa união; de minha parte, ou vou com minhas crianças, ou deixarei de atender sua proposta!
O homem de negócios sorriu, balançou a cabeça e disse:
- Então está combinado, pensemos no amor, vamos nos unir em prol de nossas crianças!
Quando a frieza pura e simples dos números dá lugar ao coração (entenda-se bem, falamos aqui do coração racional), todos ganham.
Ganham às crianças, porquanto, irão conviver com colegas de classe social diferente, portanto, terão ambas, ímpar oportunidade de aprendizado.
Ganha o músico que terá em seu coral mais calor humano.
Ganha o empresário que irá alargar seus horizontes e passar a valorizar mais o ser humano, enriquecendo assim, o meio em que estão inseridos ele e sua empresa.
Ganha a sociedade que terá mais artistas para aplaudir.
Ganha o mundo que terá mais alegria de viver.
O caminho da oportunidade para a juventude é atalho para um amanhã melhor.
Pensemos com carinho na questão de valorizar nossos talentos em potencial, abrir-lhes portas, dar-lhes oportunidade de crescer e vislumbrar um porvir encantador recheado de trabalho no Bem, música, poesia, arte, esporte...
Texto inspirado em palestra proferida por Plínio Oliveira em Bauru – SP – 04/03/06.