Li esse livro quando tinha mais ou menos 11 anos.
Não entendi e minha mãe disse que era livro para
 quando eu estivesse mais crescidinha. Tinha ra-
zão, hoje leio sempre que posso e cada vez que 
leio descubro uma frase, um parágrafo que me ser-
ve de reflexão. Hoje peguei o livro e resolvi dedicar
a todos que de certa forma estão presos a mim e 
aos quais cativei.  Com vocês  
O Pequeno Principe

"Olá, bom dia!"

"Olá, bom dia!"

"Estou aqui debaixo da macieira!"
"Quem és tu? És bem bonita..."
 
"Sou uma raposa"

"Anda brincar comigo. Estou tão triste..."

"Não posso ir brincar contigo. Não estou presa..."
"Ah! Então desculpa!... O que é que "estar preso" quer dizer?"
"Vê-se logo que não és de cá. De que é que andas à procura?"
"Ando à procura dos homens. O que é que "estar preso" quer dizer?"

"Os homens têm espingardas e passam o tempo a caçar. E também fazem criação de galinhas! Andas à procura de galinhas?"

"Não. Ando à procura de amigos. O que é que "estar preso" quer dizer?

"É uma coisa que toda a gente já se esqueceu. Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém."

"Laços?"

"Sim, laços. Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo..."

"Parece-me que estou a perceber. Sabes, há uma certa flor...tenho a impressão que estou preso a ela..."
l
 
"É bem possível. (...) se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de sol. Por favor, prende a ti."

"Eu bem gostava mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer..."

"Só conhecemos as coisas que prendemos a nós. Os homens agora já não têm tempo para conhecer nada. Se queres um amigo, prende-me a ti!"

"E o que é que é preciso fazer?"

"É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto..."


E foi assim que o Principezinho prendeu a si a raposa. Mas na hora da despedida...


"Ai, ai que me vou pôr a chorar..."

"A culpa é tua! Eu bem não queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te prendesse a mim..."
l
 
"Pois quis!"
l
 
"Mas agora vais-te pôr a chorar!"

"Pois vou!"
l
 
"Então não ganhaste nada com isso!"

"Ai isso é que ganhei. Anda, vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo. Quando vieres ter comigo dou-te um presente de despedida: conto-te um segredo!"
l
(...)

"Adeus!"

"Adeus! Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos... Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante. Os homens já se esqueceram desta verdade, mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre pelo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa..."

Linda noite a todos
ysabella
Enviado por ysabella em 01/11/2008
Código do texto: T1260748
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.