PENSAMENTO, ÉS O CÚMPLICE

Quantas vezes Tu

Discreta cidade

Com ruas imensas e vazias...

Os outros,

Veranistas que partindo

Entregam o silêncio

Na pedra redonda de gelo

Lentamente derretida na garganta.

Tudo o que não há lá fora

Por instantes te habita,

Mesmo que não queiras

Aqui dentro

As sensações deixadas

Vasculham

Como cães fascistas...

A vida e a morte

Sussurram na flauta transversa

femurais cantos

que movimentam as sinfonias

Vibram vozes de ingênua alegria

E maduros lamentos...

Ah, esses momentos pós euforia

Um dia TUDO

No outro

O ESQUECIMENTO

Estar completamente só

Num vazio gueto.

Somos iguais nessas noites frias,

vazias

sem outro cúmplice?