AVISO AOS NAVEGANTES
Vamos navegar no mar
Brando e doce da poesia
Mas não venha pressionar
E empanar minha alegria.
Quem me dá gosto de ler
Vou e volto todo dia
É um imenso prazer
Visitar com simpatia.
Mas se você não me lê
Visita nunca me fez,
Não me peça por e-mail
Que eu visite você!
Aqui encontrei poetas
Que parecem serafins
Viajores do universo
Que amarei até o fim.
Mas outros trazem no peito
A vaidade arraigada
Egoísmo em medidas
Bem graúdas e pesadas.
Mas como nem o Senhor
Inspirou a todos crença:
- Amor pra quem é de amor,
Ao soberbo, indiferença!
-.-.-
Uma preciosidade da sempre amada Claraluna:
Poetisa trovadora
Do recado inteligente
Essa praga da lavoura
Vive atacando a gente.
Se o poeta é indiferente
Não lê o que a gente escreve
Por que vir cobrar da gente
Aquilo que não se deve?
Tens razão, minha querida,
Dê resposta ao impertinente
Que vá cuidar de sua vida
Que vamos seguindo em frente.
(Hull de La Fuente)
-.-.-
O poeta Oklima, em passagem sempre preciosa:
“QUID EST VERITAS?” *
Vivemos de belíssimas mentiras
como se fossem o ar que respiramos,
das que cobrem e afeitam o que amamos
às que geram rancor, acirram iras...
As glórias são forjadas em tais piras
como afetos, e até o que sonhamos...
Não admira, assim retribuamos
o que nos dão, nos verbos e nas liras.
Extraiamos os sons, que formoseiam,
cobrindo e recobrindo, com ternura,
sentimentos que afligem e alanceiam
em malogrados tons que, de mistura,
o veneno e o antídoto permeiam
o mal e a cura desse mal sem cura!...
* “O que é a verdade?” João,18,38/ - Odir, de passgem de abraços por Eva Gomes