Livro: ENTRELAÇADOS (apresentação)

A vida das pessoas se entrelaça, às vezes, por caminhos imprevisíveis. Uma delas é a literatura. Através dela temos oportunidade de conhecer o pensamento de pessoas que viveram há milênios. Conhecemos, também, o pensamento e atitudes de pessoas contemporâneas, principalmente das gerações mais próximas à nossa. Influências das mais variadas moldam a nossa personalidade, desde a infância mais tenra. Entretanto, o caráter vem de berço e direciona decisivamente nossas ações.

Assim sendo, todos temos, instintivamente, uma seta principal indicando a direção do nosso futuro. Mas as encruzilhadas também são muitas, com setas menores nos deixando em dúvida e companheiros de viagem nos confundindo ou facilitando nossa viagem.

Em nosso caminho vemos de tudo. Trechos acarpetados e outros espinhosos. Com momentos de inspiração ou de desalento. Faz parte da caminhada. Algumas pessoas podem nos empurrar para a frente e outras para o precipício. Mas a decisão final é sempre nossa e a responsabilidade do desfecho não deve ser creditada a terceiros.

Somos o que somos em função do que fazemos e, principalmente, em razão daquilo em que acreditamos. Vivemos num mundo preconceituoso onde a avaliação obedece critérios fundamentados numa cultura complexa - na qual o homem é sempre o centro da atenção, mas nem sempre motivo de concórdia e facilidade mesmo entre irmãos.

Todos, entretanto, viemos ao mundo para construir. E como vamos fazê-lo depende muito mais de nós do que de outros. Os demais irão nos ajudar ou não; depende mais de como nos vejam – e isso começa pela maneira como nos vemos. Portanto, é importante termos um sonho e acreditarmos nele. O resto é esforço próprio com muita transpiração.

Ninguém investe naquilo em que não acredita. Portanto, quem deve acreditar em nós, primeiramente, somos nós mesmos. O resto vem por conseqüência.

O que fazemos passa com o tempo e pode até ser esquecido. Mas o que escrevemos fica e pode até ser eternizado, se valorizado. É fator de responsabilidade e oportunidade. Não a desperdicemos, então!

A Adriana gosta do que faz e acredita nisso. Demonstra esforço e direcionamento para realizar o seu sonho. Começou muito jovem e muito bem. É questão de tempo concretizá-lo e transformar o seu dom num veículo de transformação. Só ela pode, então, fazer vale a pena!

Seu livro é muito simples, com as características próprias à sua idade. Por ser jovem, tem muito ainda a aprender - na vida e na arte. Mas seu caráter já demonstra capacidade de acrescentar muita coisa positiva à sua personalidade e ao seu destino. É corajosa ao enveredar pelo caminho do sonho num mundo tão materialista. Talvez seja a sua sina, talvez seja a sua missão. O importante é continuar mostrando o que faz. É provável até que alguns indecisos já aprendam algo com ela... Pois sua iniciativa é, no mínimo, um exemplo de encorajamento!

Lourenço de Oliveira - janeiro/2002