Memórias de um Pai ausente...
Águida Hettwer
 
 
Senhor, meu Deus!
Na longa estrada da vida, quantas desilusões a perder de vista,
O tempo abandonou-me nas esquinas, eu que era robusto,
Não passo de uma alma franzina.
 
Os dias de glória, da juventude onde tudo podia, restaram-me
A saudade desses dias, Ah meu Deus, eu sei que sou culpado!
Hoje não tenho nem o meu caçula Juninho do meu lado,
Sei que fui um pai ausente, quando me dei conta,
 Perdi minha família de repente.
 
O amadurecimento foi muito lento, por isso meu Pai celestial,
Esse meu alento!
Hoje minha pálpebra cansada, vaga na saudade da minha gente,
A onde moro, têm muitos assim como eu...
 
Alguns foram por causa da maldita bebida,
Transformaram-se em trapos de vida!
Ah meu Pai! Se pudesse retornar ao ponto de partida,
Faria tudo diferente, não seria um Pai ausente!
 
As crianças cresceram bem ai na minha frente,
E eu não acompanhei suas quedas ou vitórias,
Não me lembro a ultima vez que contei uma história,
Ao pé da cama de um deles.
 
Tantas fases bonitas da vida! Perdi... não assisti nem a reprise.
Carrego na alma essa chaga que me aflige,
Na esperança dessa situação se apaziguar
E minha família resgatar.
 
 
09.08.2008