O ESQUELETO DO DISCURSO POÉTICO
“RENASCER
Marilene Teubner
O amor espera a chegada da primavera.
E um novo suspiro de vida surgir...
Com esperança de renovação.
28/07/08.
Amada Marilene!
Em "Renascer" apreciei a síntese de forma, mas ainda faltam aparecer, em tua lavratura, as metáforas, metonímias e outras eventuais figuras de linguagem que caracterizam a especificidade poética.
Atrevo-me a dizer que não há poesia sem a linguagem conotativa, palavra com duplo sentido, o que exige que se pare pra pensar, usufruir a novidade que se liberta à leitura e gozo.
O discurso com doçura, desejoso – como é da natureza do lírico-amoroso feminino – não é, ainda, o verso com Poesia, mas pode ser o embrião do poema, acaso se insista sobre a primeira centelha: a inspiração.
A diferença entre esta linguagem e o verso com Poesia é a codificação na linguagem, o que causa o estranhamento, uma sensação de mistério, obrigando o leitor a um inusitado reordenar de idéias.
O que usualmente aparece na página é o apenas o esqueleto do discurso: os ossinhos são letras enganchadas umas nas outras como em qualquer escrito ou garatuja inocente, lépida, faceira.
Mas no poema a palavra voa mais alto. O que lhes dá vida e altura é esta sensação medular de andarem por si, por seus músculos. Palavra andarilha, sem destino certo.
Poesia sempre é novidade: palavra em seu vestido de festa. Parceira de todos na rústica contradança.
– Do livro CONFESSIONÁRIO – Diálogos entre e Prosa e a Poesia. 2006 / 2008.
http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/1102591