AMAR... SERÁ DIFICIL AMAR?

AMAR... SERÁ DIFICIL AMAR?

Marcial Salaverry

Penso que não se pode afirmar que seja fácil amar, pois exige um certo espírito de compreensão e renúncia, o que não é muito fácil de ser encontrado.

Na verdade, fácil, pode se afirmar que não é, pois se assim fosse, não haveria ninguém reclamando de desamor, por estar sendo mal amada. Diz-se de mal amada, uma pessoa que ama a alguém, e não consegue ter seu amor retribuído na mesma proporção em que é doado. E isso sempre gera uma grande insatisfação interior.

Aliás, quando se fala de amor, não se pode ficar restrito ao amor físico entre pessoas, sejam de sexo diferente, ou de mesmo sexo. Fala-se de amor no sentido mais amplo da palavra. Fala-se principalmente no chamado amor solidariedade. E esse então... é muito mais difícil de ser encontrado. Se não o fosse, não haveria tanta fome, nem tantas guerras, nem tampouco encontraríamos tantas crianças nas ruas sem ter ninguém, entregues aos piores vícios.

Crianças que nasceram de alguém, tiveram família. As razões para esse estado de abandono, são as mais diversas possíveis, e já são do conhecimento de todos. Não nos cabe discuti-las, pois para solucionar esse estado de coisas, muita coisa deveria ser modificada, desde a mentalidade dos dirigentes, até nossa própria maneira de encarar a vida.

Nesse mundo utópico, não haveria orfanatos, pois as famílias de melhores possibilidades, poderiam adotar as crianças abandonadas que, aliás, não deveriam existir, pois haveria um melhor planejamento, e as famílias seriam formadas de uma maneira mais equilibrada.

Mas esse mundo é um lindo sonho, e temos que cair na real. Não dá para imaginar como poderia ser, mas sim conviver com o que existe, já que consertar tudo, por mais boa vontade que se tenha é coisa de doido.

E em nosso mundo real, onde ainda impera o desamor, encontramos casais que se separam, sem conseguir manter a palavra dada quando se uniram, união que passa a ser considerada como um erro, e para conserta-lo, existe o desquite, divórcio, ou o adeus puro e simples. Assim, anos de convivência são jogados fora. Pergunta-se, por que? Responde-se porque... Dificilmente sabem-se os reais porquês que podem determinar o fim de um amor.

Muitas vezes tais separações poderiam ser evitadas com um simples diálogo esclarecedor. Um definir de posições, esclarecendo qualquer mal entendido, que muitas vezes começa pequeno, e vai crescendo sem que se saiba realmente porque.

Se houvesse mais amor e compreensão no mundo, não haveriam tantos abortos. Embora se possa dizer que para alguns casos existem justificativas. E pode-se acreditar que realmente haja. Mas melhores cuidados deveriam ser tomados, para evitar uma gravidez indesejada.

Se houvesse um tantico que fosse de amor pela humanidade, não existiriam tantas guerras.

Os homens não sentiriam essa fúria assassina, matando-se uns aos outros da maneira irracional com que o fazem.

Em nosso mundo utópico, nem soldados haveria... para que? Para que armas? Sempre seria mais difícil então para alguém matar alguém, e os problemas seriam resolvidos de outra maneira.

A grande dificuldade para amar, encontra-se em nosso interior. Em nosso egoísmo, que só nos permite enxergar a dimensão de nossos problemas, para os quais queremos solução, sem nos atermos ao fato dos problemas alheios. Falta-nos compreensão. Falta-nos aquela dose de amor interno, que poderá nos levar para um melhor entendimento.

Meu amigo L’Inconnu brindou-me com mais uma pérola, e, citando-a, só posso esperar, com muito amor no coração, que todos tenhamos UM LINDO DIA.

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Jesus Cristo não brincava quando nos mandou amar. E, quando morreu amando, deu-nos a suprema lição. Não se ama por ser fácil... Ama-se porque é preciso para viver.

Marcial Salaverry
Enviado por Marcial Salaverry em 12/04/2005
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