CÉUS
Li num e-mail uma história muito interessante, um cara não percebeu que tinha morrido e junto dele estavam dois animais, um cavalo e um cachorro, quando se deram conta que estavam num outro plano, que a vida na terra já havia ficado para trás, tentaram entender a nova realidade e passaram a caminhar, caminhar, se cansaram, sentiam muita sede quando do nada surge uma paisagem muito bonita, avistaram água e ficaram interessados em saciar sua sede. O lugar era guardado por um porteiro e pediram licença para adentrar ao recinto, o que foi concedido apenas ao humano, nesse local não se permitia a entrada de animais, sem pestanejar, o homem mesmo estando com muita sede, se recusou a abandonar seus amigos e curiosamente quis saber que lugar era aquele, a resposta foi que era o céu. Continuaram a caminhada com a sede cada vez maior, depois de muitos quilômetros encontraram outro local com água e dessa vez foram atendidos por um senhor que não restringiu a entrada dos seus amigos, novamente por curiosidade quis saber que lugar era aquele e a resposta se repetiu que era o céu. Devido a confusão causada em conhecer dois lugares com o mesmo nome indagou ao senhor porque isso e a resposta foi que o primeiro lugar se passa por céu, porém, é o inferno, essa tentativa de atrair as pessoas tentando enganar quanto ao lugar, na verdade colabora com o céu, porque qualquer pessoa do bem não abandonaria seus amigos, abandonando é melhor mesmo que fique lá no inferno.
Acho muito profunda essa história e tenho certeza de que existem muitas pessoas que inclusive freqüentam casas de religião, que se passam por boazinhas e no seu intimo são egoístas e não sentem qualquer peso de consciência em pisar, ignorar, desprezar e abandonar seus irmãos.
É lamentável o que assistimos e presenciamos no nosso dia-a-dia, pai de família sendo demitido ou trabalhando sem remuneração, sua esposa na intenção de contribuir com o orçamento também trabalha e se sujeita a qualquer proposta, pois agora depende exclusivamente desse seu salário, seus planos de viajar para casa de algum parente nas festas não tem a mínima chance de se realizar, no momento, tendo arroz, mesmo que puro para se alimentar, é o bastante para toda a família se ajoelhar e em oração agradecer a Deus por aquele alimento.
A pior coisa que podemos presenciar é uma mãe chorando na beira de um fogão, ela não chora por ela e sim pelos seus filhos e esposo, ela não se conforma em não ter se quer um ovo para acompanhar com o arroz, depois de um dia muito cansativo no seu trabalho, às vezes até com extensão da carga horária normal, passar por um drama desse em casa é o fim, é desesperador, que motivação ela tem com sua família, com suas colegas de trabalho, com seu trabalho, consigo mesma?
E o seu problema qual é? Pense nisso, se você participa de alguma forma de decisões que interferem no meio familiar, cara, esteja certo de que está fazendo o melhor e não está prejudicando seus colegas, ao contrário certamente vai errar de céu.
vladis.fernan@globo.com