A história de dois anjos II
Continuação de A história de dois anjos publicada por mim em 25/01/08.
... E por fim veio a separação. De forma triste, porém, já esperada partiu o anjo de Sofia, sem adeus, sem beijos nem abraços, sem coração, sem amor, sem paixão, sem pulmão apenas com água nos olhos, ela foi sem avisar. Sofia agora era apenas mais um humano dentre os muitos iguais, sem anjo.
Henrique por não saber que seu anjo amado partira, continuou sendo o mesmo apaixonado por Sofia, só que ao invés de receber o mesmo carinho, em troca recebia o toque de uma áspera superfície que era chamada no nosso mundo de ingratidão. Ao estranhar tal atitude de Sofia, Henrique passou se desesperar, pois, do amor inabalável nada havia restado só à dor do resto do corpo que ficou. Eram intrigas, brigas e desavenças. Em certo dia, para se livrar da tristeza e das lágrimas, ele se embriagou (gastando um dos três pecados que um anjo na terra tem direito, gastando todos, o anjo não pode mais voltar ao céu) ao ponto de brigar e gritar com a sua mãe que só queria saber o motivo de tal sofrimento (gastando o segundo pecado).
Passando a ser uma pessoa sem medidas Henrique perdeu também o contato com Sofia, pois, quem havia de querer por perto um ser louco, sempre desesperado. Sofia pagava pelo erro que o anjo cometeu de ir embora de seu corpo sem avisar. Dias depois Henrique foi demitido do emprego perdendo definitivamente contato com Sofia. Gritava aos quatro cantos a sua descrença em Deus (extrapolando o limite de pecados) era o fim, da vida e definitivamente de um amor. Hoje (sem poder para o céu voltar) ele vive errando de bar em bar sem ter alguém para amar ou se entregar, ultimamente nem eu, o narrador da história, sei onde ele está, soube a três semanas que tinha saído de casa sem nem carteira ou sapato levar, agora deve está em alguma esquina louco a lamentar.
Tudo isso por causa de um dos anjos que se foi sem avisar.
Ingratidão é de lágrima.