PESSOAS DESAPARECIDAS: NÃO EXISTE DOR MAIOR
Estava lendo um livro do Marcelo Rubens Paiva que teve na adolescência o seu pai levado pelos policiais da ditadura militar na época e se escafedeu , assim como centenas de outros políticos, artistas e pessoas anônimas, deixando as famílias acéfalas e com o vazio incomensurável da ausência. Ora, perder um ente querido por motivo de doença ou mesmo num acidente, infelizmente é uma grande dor, mas pelo menos, aquele vazio vai ser preenchido com as lembranças eternas de que, pelo menos, aquela pessoa foi sepultada, cremada, etc. O problema mesmo está quando se trata de qualquer tipo de desaparecimento, seja por problema político, rapto, sequestro, acidente misterioso, cujo corpo jamais foi apresentado. Acho que não deve existir dor maior do que esta, da incerteza.