O vale da sombra da morte

Imagine que você esteja caminhando por uma depressão geográfica, onde existe uma extensa descida, seguida de enormes subidas desniveladas, recheadas de pedras pontudas que atrapalham o percurso, e animais peçonhentos que funcionam como armadilhas para os seus momentos de desatenções.

Ao caminhar por esse percurso você percebe que o seu corpo começa a padecer, diante as adversidades do tempo, e conjunturas geográficas do trajeto. Os seus pés não são mais os mesmos. Agora, o estado “normal” de seus pés convive com a dor, a sujeira, os calos, as perfurações, e os constantes sangramentos. A cada passo dado, a sua alegria se perde com a força do vento, e o sentimento que domina o seu coração é que o percurso nunca diminui.

O vale da sombra da morte é um lugar que não se deve parar, e não se deve morar. É um lugar de passagem. Para passar por ele, obrigatoriamente, precisa calar a voz que sussurra em seu ouvido dizendo que não consegue, ou que é fraco e insuficiente. Para atravessar o vale da sombra da morte é necessário vencer a insegurança, o medo, as incertezas, e se livrar dos mecanismos que causam paralisia. Essencialmente, o romper extraordinário acontece quando enfrentamos momentos desafiadores.