CRISTO RESSUSCITOU! ALELUIA!

A ressurreição de Cristo é a verdade fundamental de nossa Fé (cf. 1 Cor 15,14), canta a Liturgia Bizantina que “ Cristo ressuscitou dos mortos. Por sua morte venceu a morte, e aos mortos deu a vida” (CIC §638). A ressurreição é um evento ao mesmo tempo histórico e transcendente, como fato histórico, por volta do ano 56 do primeiro século, São Paulo já citava uma antiga fórmula de fé contida na Sagrada Tradição Apostólica onde se atestava o evento da ressurreição: “Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado, e ressurgiu ao terceiro dia, segundo as Escrituras; apareceu a Cefas, e em seguida aos Doze.” (cf. I Cor 15,3-5).

O tumulo vazio, apesar de não significar em si uma prova direta da ressurreição, pois poderia ser explicado de outra forma, como se alguém tivesse levado o corpo (cf. Jo 20,13; Mt 28,13), é o primeiro grande sinal da Ressurreição, São João após avisado por Maria Madalena do tumulo vazio, corre junto com São Pedro e após contemplar o tumulo vazio “viu e creu” (cf. João 20,8), fato este que transcende a mera história.

Comenta São João Crisóstomo sobre o túmulo vazio: “(... )Afinal, se realmente o tivessem transferido, não lhe teriam despido o corpo; e, se o tivessem roubado, não teriam tido o cuidado de juntar o sudário, dobrá-lo e pô-lo de parte dos demais lençóis, mas simplesmente levariam o corpo como estava. Por isso João fez questão de adiantar que Nosso Senhor foi sepultado com mirra, material que gruda os lençóis ao corpo, justamente para que não caias no engodo dos que dizem que foi roubado. O ladrão, afinal, não seria louco de dedicar tanto do seu esforço e tempo a um trabalho de todo inútil. Pois bem, depois de Pedro entrou também João; daí que siga: Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao sepulcro; viu e creu.” (Catena Aurea, Vol. IV- Ev. S. João, p. 541)

Assim, diante do fato da Ressurreição que neste tempo Pascal celebramos de modo especial, devemos louvar a Deus! Pois o ato redentor feito por Jesus com sua paixão, morte e ressurreição nos dá a esperança (já ... ainda não...), de um dia ressuscitarmos com Ele! Com a Sua Ressurreição, as portas do Céu estão novamente abertas e acessíveis aos homens que o buscam!

“Pela sua morte e ressurreição, Jesus Cristo «abriu-nos» o céu. A vida dos bem-aventurados consiste na posse em plenitude dos frutos da redenção operada por Cristo, que associa à sua glorificação celeste aqueles que n'Ele acreditaram e permaneceram fiéis à sua vontade. O céu é a comunidade bem-aventurada de todos os que estão perfeitamente incorporados n'Ele” (CIC § 1026)

Por fim, terminando essa pequena reflexão acerca da Ressurreição de Nosso Senhor, lembro a exortação de Santo Agostinho, quando conclama todos fiéis a louvar ao Senhor com o canto do “Aleluia” por ocasião da Páscoa. Ele nos ensina: “Agora, pois, irmãos, vos exortamos a louvar a Deus. É isto o que todos nós exprimimos mutuamente quando cantamos: Aleluia. Louvai o Senhor, dizemos nós uns aos outros. E assim todos põem em prática aquilo que se exortam mutuamente. Mas louvai-o com todas as vossas forças, isto é, louvai a Deus não só com a língua e a voz, mas também com vossa consciência, vossa vida, vossas ações. Na verdade, louvamos a Deus agora que nos encontramos reunidos na igreja. Mas logo ao voltarmos para casa, parece que deixamos de louvar a Deus. Não deixeis de viver santamente e louvarás sempre a Deus. Deixas de louvá-lo quanto te afastas da justiça e do lhe que agrada. Mas, se nunca te desviares do bom caminho, ainda que tua língua se cale, tua vida clamará; e o ouvido de Deus estará perto do teu coração. Porque assim como nossos ouvidos escutam nossas palavras, assim os ouvidos de Deus escutam nossos pensamentos.” (S. Agostinho. O Aleluia Pascal in: Alimento Sólido, p. 67).

Aleluia! Cristo ressuscitou! Uma Santa e Feliz Páscoa a todos!

In caritate Christi,

Leandro Martins de Jesus e Família.

Referências:

AQUINO, Felipe. Alimento Sólido, Cleofas, 2005.

AQUINO, S. Tomas. Catena Aurea, Vol. IV- Ev. S. João, Eclesiae, 2021.

Bíblia Sagrada – Ave Maria, Edição de estudos, 2018.

Catecismo da Igreja Católica (CIC), Loyola, 2000;

Léo Martins
Enviado por Léo Martins em 09/04/2023
Código do texto: T7759701
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