A angústia de todos
A problemática da vida com que o homem se depara, se envolve, é intransferível ou pessoal.
Impossível proceder de um modo colegial, quando o educando se serve do colega mais estudioso, atento às aulas, que de bom grado, aceita dividir os seus esforços, permitindo a colação.
Todavia, não se nega a solidariedade, esta sempre há, em forma de incentivo, estímulo, orientação, conselho.
Fingir que não é consigo, retarda a tomada de decisão, o que nada resolve.
A relação desprezível entre o homem e o universo, arrefece-o; sendo filósofo ou não, sofre nesta aparente desvantagem.
O tempo, implacável, vai lhe desnudando, à medida que passa...
Ausência de semeadura para as questões existenciais, responde pelo vazio da colheita nenhuma.
O autodesprezo e entrega à fatalidade da extinção de vida orgânica, é porta aberta à depressão, quando não ao suicídio.
A busca da revelação do que se é, para conhecimento da verdade que liberta, muda radicalmente o estado espiritual da criatura humana.
Dota-a de esperança, certeza e fé no porvir cuja gravidade ninguém anula ou se subtrai.
A psicologia interna e individual que se acumula no homem, espelha a sua própria condição, sem que lhe seja honesto imputar a outrem o motivo da solidão, angústia e perda do entusiasmo pela vida.
Joelhos que nunca se dobraram, voz que nunca se ergueu em rogativa aos céus, prepotência intelectual, cômoda e excessiva situação econômica, eis alguns óbices, dentre outros, para conhecimento profundo de si mesmo.
O egoísmo em que viveu, favorece-lhe a instalação da crise existencial, quando não mais lhe é possível sufocá-la pela vitalidade juvenil ora exaurida.
Ao amargor de que se é portador, não se encontra um devido sucedâneo, posto que enraizado na psique, não se encontra facilidade para erradicá-la simplesmente, num estalar de dedos.
Ninguém pode viver o que o outro vive, o que sente, conforme pense.
Daí que a solução ao problema, inapelavelmente, é dada a cada um encontrar, de per si.
Nem mesmo a companhia dá certeza da cessação da soledade.
A generalização da crise existencial é procedente, porquanto é fardo comum a todos os homens que peregrinam no caminho a fim da saciedade plena, esta que muitas vezes os surpreende, pelo decaimento, intermitência ou até mesmo extinção.
A intuição no respaldo da oração, é recurso válido aos humildes que não se sentem competentes para resolverem sozinhos as suas angústias face aos enigmas que a vida possui.
Fraternidade, o interesse no auxílio a quem passe por situação pior ou vexatória, se não estancam a crise pessoal (ou anseio de romper com o limite do cognoscível, embora à criatura humana da Terra nem tudo é permitido saber ou conhecer) pelo menos dá-lhe a paz íntima que o concita à paciência e
Simplificando
Em primeiro lugar ame:
A sua real necessidade
Com o acordo da vontade
Bom sucesso no tentame.
Em segundo lugar ame
Consoante o coração
Não lhe enfarte a solidão
Esteja imune a derrame.
Em terceiro lugar ame
Em espírito e verdade
A existência da bondade
Para o mundo Deus proclame.
Ame sempre, basta amar
Seja fiel a este lema
Uma solução a n problemas
Enquanto o sangue circular.