O CONTROLE DO FUTURO
Muitas vezes nossa incerteza em relação ao futuro gera uma insegurança e, algumas vezes, medo, o que nos leva a querer sempre saber o que a vida nos reserva. Daí as buscas constantes aos Búzios, Tarô, astrologia e às “profecias” em geral às quais tantas pessoas se lançam na vã tentativa de adivinhar o que o futuro nos reserva. É bom deixar claro aqui que não há como ver o futuro até mesmo através da conhecida bola de cristal. Quando muito, o que pode ser feito são meras projeções.
Tão nocivo quanto o tormento em relação ao passado é o temor pelo futuro.
Tanto num caso, como no outro, Sêneca, filósofo estóico, nascido em Córdoba e educado em Roma, chama a atenção sobre o absurdo: "Há pessoas que não param de se atormentar com lembranças das coisas passadas; outras se afligem pelos males que virão. É tudo absurdo, pois o que já aconteceu não nos afeta e o futuro ainda não nos toca... Devemos contar cada dia como uma vida separada".
E o Mestre Jesus, nas palavras de Mateus, nos aconselha: “Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”.
É bom e saudável olharmos para o futuro, mas sem a vã e temerária tentativa de querer adivinhar o que irá acontecer e controlá-lo.
Toquinho, em Aquarela, demonstra essa impossibilidade nos seguintes belos versos:
“E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...”
Robson Rodrigues da Silva