PERSEGUIDO PELAS TEMPESTADES
Escrever é quase como entrar num confessionário e relatar em confidências o que se passa em seu âmago. Um lugar íntimo onde choramos, confessamos e abrimos nossos corações. A única diferença é que nos textos também pomos a imaginação para funcionar e temos liberdade para dar vida e sentimentos às invencionices, ao fictício e, até mesmo, às mentiras inofensivas.
Quem escreve se esconde em mundos paralelos, viaja sem pagar passagem e vive as mais loucas aventuras e os mais impensaveis momentos. O escritor como que enlouquece se não contextualizar seus ideais ou se não der voz e vez a seus fantasmas e fantasias, pois o acúmulo de sonhos represados em sua mente talvez seja capaz de atormenta-lo até que, finalmente, escreva e expulse os próprios demônios.
Os escritores não sentem a paz das pessoas comuns, eles precisam livrar-se das pressões e tormentos que lhes invadem a alma. Escrever, portanto, é um maravilhoso dom, mas também um mar revolto sempre perseguido pelas tempestades.