Sim, eu posso! (Breve desabafo de uma Umbadista)
Um dia alguém me disse :
"Não mexe com o que tá quieto, tu não pode girar..."
Isso me entristeceu por um tempo, me fazendo duvidar de mim e do que eu sentia, até eu encontrar o meu lugar e a espiritualidade me dar uma certeza :
Minha matéria não "gira", mas quando Ogum vem, ele me envolve com a sua capa, me faz empunhar a sua espada, me fazendo sentir quem SIM, eu posso!
Quando a Mãe Iemanjá me arrebata, ela leva e eleva o meu ser, ao mais profundo do seu mar, e me traz de volta, firme, renovada, me reafirmando que SIM, eu posso!
Quando a Mãe Oxum chega, sinto sua energia forte e ao mesmo tempo de amor me rodear, fazendo meu espírito flutuar nas águas da sua cachoeira, nos seus braços e me fazendo reafirmar, SIM, eu posso!
Quando Mãe Iansã chega, me leva de corpo e alma, me fazendo voar entre as espirais dos seus furacões e ventanias, não me deixando fraquejar e levando para longe, qualquer dúvida ou mal que queira me tocar, mais uma vez me vem aquela certeza, SIM, eu posso!
Quando Pai Xangô chega, com toda sua força, sua sabedoria e justiça, me sinto forte, imponente, como se ele me fizesse levantar e junto ao seu brado poderoso, gritar, SIM, eu posso!
Quando Nanã Buruquê chega, com seus movimentos leves, como um colo de vó, meu ser aos poucos vai relaxando e sentindo aquela energia de carinho, e por uma vez mais eu sinto e reafirmo, SIM, eu posso!
Na energia do pai Oxóssi e seus Caboclos, me sinto fazendo parte da sua infinita tribo e digo bem alto, SIM, eu posso!
Quando o Pai Obaluaê com toda a sua grandeza chega, sinto na firmeza dos seus gestos, com todo seu poder sob a vida e a morte, que nada e nem ninguém tem o direito e nem a certeza de dizer que eu não posso, enquanto o Senhor das Palhas Sagradas afirmar que, SIM, eu posso!
Agradeço infinitamente ao Pai Oxalá, por me dar o orgulho e a honra dessa missão, que com chuva ou sol, mesmo nas horas de dor ou desânimo, vou priorizar! SARAVÁ!