Primeiro Abrigo

Uma mulher quando engravida, faz do seu ventre o primeiro abrigo do seu bebê e o guarda com todo cuidado e carinho, amor e proteção.

Para depois de nove meses mostrar àquele, o mundo que ele terá que enfrentar. E ela faz isso com muita dedicação, e ao passar do tempo ela, a mãe, o prepara e se prepara com a intenção de enchê-lo de amor, chamego e cuidados.

O tempo passa, as crianças crescem e a mãe envelhece. De repente, nos encontramos sendo a mãe/pai de nossa mãe/pai. E o dever nos cobra que devemos dedicar a ela/ele, o mesmo afeto, cuidado e proteção, com muito amor e dedicação, pois nesse momento da vida em que nossos pais chegaram, devemos devolver a eles todo tempo que eles se dedicaram a nós quando eramos seus meninos/ meninas amados, seu maior e mais valioso tesouro.

Hoje, quando temos a chance de cuidar deles, temos também a obrigação moral de cuidar e cuidar mesmo, de verdade com muito amor, paciência, dedicação e se mostrar presente, tão presente que poderá ser tocado ou até mesmo sentido pelo tato, pelo cheiro ou até mesmo pelo calor que sai do teu corpo.

Vejo agora minha mãe acamada em um leito de hospital(UPA) esperando que se abra uma vaga num hospital de referência para que ela passe por um precedimento de amputação de um dedo do pé que necrosou devido ao diabetes.

Fazem idéia de como isso dói num ente querido? Pois é, dói muito, além da dor que sentimos ainda se faz presente a angústia da espera, pois nós sozinhos não conseguimos resolver a situação, dependemos da boa vontade dos médicos e dos administradores dos hospitais, já que as vagas não surgem no momento exato que delas necessitamos, ou seja, ficamos a mercê da vontade alheia!

Não quero com esse texto, desmerecer a dedicação e boa vontade de grande parte dos profissionais da saúde, mas há de certa forma um descaso imbricado em meio a essa situação que é recorrente nos atendimentos às populações menos favorecidas.

Só posso agora, com a situação em que minha mãe se encontra, esperar e pedir a Deus que tudo se resolva com a maior brevidade possível.

 

Desabafo! Esperando uma vaga.

 

Sarandi- PR, 09/11/2021

 

Bert Noleto

 

Bert Noleto
Enviado por Bert Noleto em 09/11/2021
Reeditado em 27/09/2022
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