QUE É O HOMEM...
QUE É O HOMEM...
Em tempos mais remotos, os mais sábios lutaram por compreender essa criatura tão fantástica e tão ínfima ao mesmo tempo – o homem. Dentre todas as maravilhas do céu e da terra, das profundezas do mar ao cosmo está o ser humano. Filósofos, Teólogos e tantos outros pensadores têm trabalhado muito nessa tentativa em descrever o homem como um ser extraordinário, capaz de tantas coisas grandiosas. Contudo, tão miserável, e pobre em compreender a si mesmo e a sua relação com os seus semelhantes criados. Criados e não cridos na sua própria origem, prosseguindo na sua existência como órfão, ora como aquele que busca a paternidade, ora como que que caminha descontente por não compreender – porque veio ao mundo, para que está aqui e para onde vai, e mesmo quando encontra o único Manual que descreve os propósitos com que fora criado, a sua temporalidade inquestionável e, paradoxalmente, mesmo que exposto à morte, a garantia da eternidade. Parecendo fácil entender a sua finitude, e talvez a ela se entregando sem ao menos se preocupar em buscar entender a eternidade. Por que tanta imbecilidade? O ser mais importante de toda criação, mesmo quando engrandecido por suas qualidades, ou mesmo quando sentida a sua pequenez, não seria possível reconhecer, se não quer aceitar o Manual, ser capaz de pensar que por estas razões não teria nenhum sentido, existir e depois desaparecer? O Criador o criaria pelo simples fato de o criar? Ninguém foi jogado na sua existência sem que houvesse um propósito, aceitando ou não, está tudo escrito no Manual, ou melhor nos Testamentos – obra do acaso ou direcionamento? “Que é o homem, que dele te lembres?” (Sl 8.4) Davi profundamente admirado de que o Senhor do Universo tivesse pensado sobre o homem. “Tudo puseste sob seus pés”, expressão usada acerca do homem que exerce domínio sobre toda a terra, conforme descrito na Bíblia – o Manual. “Deus deu ao homem uma partilha em sua própria dignidade, conferindo-lhe domínio sobre o resto da criação” (Oxford Annotated Bible). Há momentos em que os “sábios” desses dias tentam dar ordem ao destino do homem, ou seja, estabelecer uma “Nova Ordem”, a pretexto de fazer prevalecer seus pensamentos egoístas na relação com os seus semelhantes – a muitos, sobre eles prevalecendo, para que poucos, nas suas intenções usufruam de todas as coisas, o que jamais, homem algum será capaz. Quem ordena todas as coisas é aquele detêm todo o poder da Palavra criadora: Haja! E ouve. E tudo passou a existir do nada tendo sido suscitado. Que é o homem? Caso fosse na medida do tempo, de sua trajetória, e de sua relação mais íntima com o Criador, certamente que este ser fantástico estaria existindo para o bem a que fora criado desde o Éden. Entretanto, tem se tornado cada vez mais senhor de si mesmo, ao ponto de querer julgar a terra, estabelecer novo rumo para o que o Criador já havia determinado desde o início da sua criação. Antes dessa geração perversa, homens verdadeiramente sábios, com humildade se propuseram em estudar em que era dotado o homem, sendo tão eficiente em tantas coisas, de onde teria estaria espelhando a essa grandeza. Espinoza dizia que “a essência do homem é constituída por certas modificações dos atributos de Deus”. Me parece que encontra respaldo em Davi quando diz: “um pouco menor que os anjos”. Na verdade, um pouco menor que os anjos enquanto aqui na sua temporalidade, uma vez que os anjos são criaturas em cumprimento aos propósitos de Deus a serviço da humanidade. No entanto, na eternidade, o homem segundo o propósito de Deus, terá lugar de honra, como herdeiro por Cristo seu Filho assim constituído desde o princípio da criação. Diz Hegel: “Enquanto considerado por mesmo perfeito, é também imagem de Deus e origem da infinidade em si mesmo: sendo que é escopo a si mesmo, e tem em si mesmo o valor infinito e o destino à eternidade”. Husserl disse: “Se o homem é um ser racional, é-o somente na medida em que toda a sua humanidade é uma humanidade racional, na medida em que é latentemente orientado para a razão ou abertamente orientado para a enteléquia” (a realização plena e completa de uma tendência). A influência Aristotélica nesse entendimento, nos leva a pensar que, segundo Husserl, o homem, por ser racional, por si somente é capaz de sua própria realização, ser pensante que é. Ao que, me parece querer isolar a sua existência de forma a decidir seu próprio destino, ou que, estando naturalmente submisso a essa capacidade racional que nele é latente. Assim, ao analisar o modo em que o homem, nesses idos de mais de dois mil anos vive ao ponto de se portar de modo tão impensado, ou mesmo irracional ao ponto de negar a sua própria existência, ou sua origem em Deus. Jó na sua crise de provação questionava a razão de sua própria existência quando diz: “Estou farto da minha vida; não quero viver para sempre. Deixa-me, pois, porque meus dias são sopro. Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas nele o teu cuidado, e cada manhã o visites, e a cada momento o ponhas à prova?”. Jó começava a entender que, apesar de ter sido submetido à prova, e com tão grade sofrimento, Deus podia se manifestar com grande amor e grande estima. Em Jó encontramos uma resposta ao grande sofrimento pelo qual fora submetido. Vem verdade é que, neste momento na vida de Jó, Deus teve um propósito de demonstrar que embora tendo o homem sido submetido a um sofrimento extremo, havia um propósito final, em demonstrar que apensar de tudo a que fora submetido, prevaleceria a vontade do Criador. Não que aqui se justifique qualquer razão para se explicar o nosso sofrimento como sendo permissão de Deus, afinal, somos bastante racionais para entender os frutos colhidos por nossos erros e pecados. Que é o homem? Portanto, aquele que foi criado à imagem e semelhança de Deus, eminentemente propenso a espelhar-se em seu Criador e a Ele se submetendo a seus propósitos nesta existência temporal, sempre vislumbrando o propósito final para o qual fora criado – viver a eternidade com Deus – se estando dentro do seu propósito eterno. Nenhuma razão assiste ao homem determinar ordem alguma para a caminhada temporal humana. Somente ao Criador cabe dar ordens ao mundo, até que venha seu juízo final. Que é o homem? Se não, aquele a quem Deus amou desde o princípio da criação, ao ponto de dar seu único filho em resgate de todo pecador. Este humano sou eu! Este humano é você!
27\06\2021