Não é milagre, é amor!
Disseram eles
ergue as mãos para os céus
pede um milagre
rasgue-se o véu
creia, creia, tenha fé
faça uma promessa difícil de ser cumprida
Acenda uma vela de sete dias
Reze um terço a virgem Maria
Disseram eles tantas besteiras
outros fizeram orações
Outros já choravam uma despedida
Então meio torpe, corrompida
Ela tomou em suas mãos sua vida
Leu um amontoado de livros esquecidos num canto
Descobriu que tinha encanto
por uma velha caneta mordida
caminhou descalça na grama molhada
desenhou seu nome com flores
Ergueu os olhos aos céus
sentiu uma gratidão infinita
Entendeu o quanto a vida era bonita
Sentiu o ar entrar nos pulmões
Livrou-se dos aguilhões
Das trapaças de seus pensamentos
Fez uma trança nos cabelos
Olhou-se no espelho
E pela primeira vez na vida
Se amou!
Para Daniele, por sua garra e suas incríveis descobertas.