Começo de um dia
Tanta gente lutando, cada pessoa buscando sobreviver da sua maneira.
A correria, agitação, o caos diário quase não permite olharmos uns para os outros.
Tanta solidão e veja só que ironia, o cara do algodão doce vende alegria, seus doces e bolas coloridas preenchem o dia das crianças e a mãe que fica feliz ao ver seu pequeno satisfeito. Mas, esse mesmo cara, o do algodão doce, não sorri. Ele está batalhando, sabe? Corre aqui, corre ali e conta o que conseguiu vender. É pandemia! Tempos difíceis, ele não pode ficar em casa, tem uma família para sustentar, no ônibus ele debruça sua cabeça, pensa no longo dia pela frente, mas lembra que no fim dele estará em casa novamente, com alguns trocados no bolso. A vida não é fácil, mas o motorista sorri em sinônimo de esperança. O ônibus anterior, que peguei, estava quebrado, atrasou minha viagem, tive que esperar um pouco mais pelo próximo. No ônibus seguinte, encontrei esse motorista sorridente e vê-lo sorrir acalmou meu coração, que estava aflito por ter esperado um pouco mais.
Dentro do ônibus fixei meu olhar no cara do algodão doce, que acabara de entrar, ele vende alegria, mas estava cansado, queria sua casa e sua família, mas precisava levar consigo o pão do dia.
Tudo isso me leva a crê que cada pessoa está fazendo sua história, trilhando seu caminho. As histórias podem até ser diferentes, mas no final a gente sempre se encontra e começa a perceber que nada é tão fácil nessa vida, mas que podemos vivê-la com mais alegria e amor.
Ahhh, o cara do algodão doce dormiu, provavelmente ele parou na cidade seguinte e retornou sua jornada, vendendo doces e espalhando alegria.
V.L