As bênçãos que acompanham os crentes
Desfrutando de bênçãos sem medida
Certo homem decidiu retornar à sua terra natal. A cidade onde iria reencontrar os amigos e irmãos era muito distante, precisava embarcar em um navio e viajar alguns dias até lá. Com muita dificuldade comprou a passagem, arrumou as suas malas e partiu. Após dois dias de viagem, os passageiros foram avisados que por conta de uma tempestade no mar haveria um atraso para chegarem ao destino. Aquele homem, ao tomar ciência de que ficaria embarcado pelo menos quinze dias, pensou consigo mesmo: “...e as despesas...? como farei para pagar as refeições e os serviços extras...?” Na embarcação havia sauna, piscina, salão de lazer, cinema e um restaurante com todo tipo de pratos com comidas típicas das principais cidades dos passageiros. Preocupado, o homem pensou: “para não me envolver em problemas nem ficar com dívidas altas, vou consumir o mínimo necessário para a sobrevivência durante esses dias difíceis!” Sem questionar os valores das despesas cobrados pela agência de viagens, o homem decidiu comer uma comida bem simples, um cardápio de sua própria “criatividade”: no café da manhã comia um pãozinho e tomava apenas um cafezinho; no almoço e jantar comia feijão e farinha, e bebia apenas água. Todos os dias no almoço e na janta ele pedia ao garçom que trouxesse o mesmo prato. Assim aquele homem sacrificava o seu desejo de degustar os pratos mais saborosos oferecidos naquela embarcação com medo de que, ao terminar a viagem as despesas fossem acima de suas expectativas. Decorridos os dias de atraso suficientes para desviar da tempestade e chegarem seguros ao destino, o navio atracou na cidade onde aquele homem esperava tanto chegar. Ao fazer o check in de desembarque, o homem se dirigiu ao agente administrativo do navio e lhe perguntou: “quanto eu devo?” O funcionário da empresa pediu ao nobre passageiro que lhe mostrasse a guia do bilhete de sua passagem. Ele, preocupado com as despesas, para provar que a passagem estava paga, tirou do bolso alguns papeis e entregou ao atendente que prontamente leu, franziu a testa, e disse: Senhor, não há despesas pendentes... O homem interrompeu antes de o rapaz continuar, e disse: como não há o que pagar? Eu fiz as refeições todos os dias, almocei e jantei, até comi pouco e o mesmo prato todos os dias... O atendente perguntou: mas, o que o Sr. consumiu alem do normal? Ele, esboçando uma voz trêmula e humilde, disse: apenas feijão e farinha, e bebi água... Mas, deixe eu explicar para o Sr.... O moço o interrompeu, olhou outra vez para o bilhete e disse: Sr. A sua passagem é com pensão completa. O passageiro respondeu: mas, e o atraso? O atendente disse: Sr. o atraso é por conta da empresa, todos os serviços utilizados a bordo estão incluídos em sua passagem. A comida e bebida que o senhor consumiu no restaurante, o uso dos serviços a bordo, a piscina, o cinema, o salão de lazer, entre outros, estão inclusos e o passageiro não paga nada extra por isso. O homem agradeceu ao atendente, se despediu cabisbaixo seguindo seu trajeto para o antigo lar e disse consigo mesmo: bem, eu estou feliz porque chegue à minha terra natal, vou rever meus amigos, irmãos e desfrutar do resto da minha vida com os meus entes queridos. Entretanto, que tolice! Por que eu não perguntei um tripulante, ou mesmo ao garçom sobre as despesas? Eu nem entendi o que a moça do guiche me disse ao comprar a passagem. Eu estava ansioso para chegar em minha terra e nem me dei conta de tudo o que aconteceria na viagem. Eh, deixei de degustar o melhor prato oferecido naquele navio, comer as melhores carnes e beber as melhores bebidas, dispensei as frutas típicas de vários países, deixei de ver meu filme preferido, não me divertir no salão de lazer e de dar uns mergulhos na piscina! E eu que gosto tanto de nadar! Nem avistei o horizonte no cais do navio. Poderia ter me livrado do stress da viagem prolongada! Agora, o que me resta é lamentar o que sofri desnecessariamente, pois não posso voltar atrás para desfrutar do que perdi.
Muitos crentes chegarão ao final de sua carreira nesse mundo do mesmo modo que aquele viajante. Descobrirão que não desfrutaram de todos os privilégios e bênçãos em Cristo, viveram uma vida dependência espiritual, sofreram desnecessariamente sem tomar ciência de que Jesus já pagou o preço e todas as coisas são direitos daqueles que crêem no sacrifício da cruz. Preste a atenção, Jesus já pagou todas as bênçãos... Não é necessário sacrifício para mais nada. A obra redentora que Ele realizou na cruz é completa. Infelizmente haverá pessoas que naquele dia descobrirá que poderia ter desfrutado de bênçãos sem medida, mas, felizmente, chegou ao seu destino final, não há como regressar, mas sofreu tanto no trajeto da viajem desnecessariamente. Perdeu a oportunidade de se alimentar bem, de degustar as bênçãos espirituais e de deixar o sofrimento de lado. Assim vivem crentes sofrendo desnecessariamente. É verdade que Jesus disse que no mundo teríamos aflições, mas é preciso analisar o contexto das aflições a que Ele se referiu. Jesus estava se referindo às aflições em decorrência dos apóstolos pregarem o evangelho, Ele se referia ao exercício da fé cristã, não àquelas pessoas infrutíferas que não produzem nada e vivem da fé alheia, sempre sofrendo e nunca crescem. Infelizmente há pessoas assim, estão preocupadas em chegar no Reino Eterno, mas não estão conscientes das bênçãos que podem desfrutar na trajetória da vida. Que essa lição sirva de reflexão e desperte sua vida espiritual para viver as bênçãos sem medo e falsa humildade. Que você esteja certo de que o preço pago lhe garante todos os benefícios da viagem.
Medite: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;” (Efésios 1:3)
“De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.” (Gálatas 3:9).
Pr. Samuel Silva
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