O VENTO BEIJA-ME A FACE

Tu fazes muita falta no meu dia a dia da discussão poética olho no olho. Nem que seja para me dar bronca pela ausência das metáforas no poema As redes sociais estão longe de preencher esses vazios. Talvez não tenhas a noção exata da tua contribuição para o desenvolvimento dos teus seguidores. Ou talvez isso tudo também faça parte de uma metáfora a ser escrita. Quando os sinos repicarem no aniversário do Absoluto, diz o verso! Só isso. Feliz Natal meu amigo!

Darci Jorge Martins da Cunha, pelo Whats App, em 20/12/2020.

Ando muito sensível e solitário, metido em casa e sem nada de novo, olho no olho. Olha-se por olhar. Até a Poesia anda escafedida. Mas sei que vai passar. Meu olhar estrábico está mareado agora pela emoção, o coração disparado. Grato por tua amizade e por teres esse coração de ouro. Sigo aqui: um golfinho que vem do mar e se esconde nos grotões pedregosos do Rio Mampituba. Sorte que o verão traz os seus raios de luz e esperança e nele os desejos de que o coração se conforte com a paz e os sinos agrestes dos pássaros se arribação. Sim, eu sei dos talentos de meus seguidores, alguns mais amigos do que qualquer outra coisa. Tua gratidão premia o desejo de dias melhores para a Pátria Brasileira. E fico com mais vontade de chorar. Bom quando alguém pode ser memória no outro mesmo ainda estando no mesmo plano das vivências físicas. O vento beija-me a face e gasta minha pele. Os dias estão começando a encurtar para a transposição do estado de materialidade. Não é o escritor que digita a palavra, e sim, apenas a energia que se concentra e se auto digita. Este o selo de que tem o comum compromisso dos mais belos sentimentos do ser, o que lhe faz mais densamente humano. Nem o amar tem tal ímpar condão, porque este intrinsecamente possui uma gorda fatia de posse. A gratidão em mim neste momento é o fermento biológico do incomum DNA de viver o vento das escolhas e das esperas. Sou-te muito grato. Em mim o Natal tem sempre o gosto das provações do Cristo e o sentir delas replica lástimas e sofreres. A minha crística entrega absorve inconsequência e defeitos. Caminho como quem anda na direção de si mesmo, à busca da estrela-guia. Hoje tu és uma delas. Beijo no coração. Boas Festas! Que todos as possam usufruir, neste insosso ano pandêmico e nulo de perspectivas.

MONCKS, Joaquim. POESIA A CÉU ABERTO. Obra inédita, 2020.

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