A Dor e a Esperança
Em meio a tantos conflitos e incertezas, vagando pelo mundo, vivia uma triste senhora, cujo nome era Dor. Todos os dias, em tempos de pandemia e acontecimentos catastróficos, levava consigo uma sacolinha com sentimentos nem um pouco agradáveis.
Um dia, a velha senhora, cansada de carregar tão doloroso fardo, resolveu ir em busca de um lendário monte que todos chamavam de Monte da Esperança.
Após uma longa viagem, e um emaranhado de acontecimentos desagradáveis, dona Dor avistou o tão sonhado destino. Ao chegar, percebeu que tudo lá era calmo. Havia flores de todas as cores, pássaros cantarolantes e árvores gigantescas. A sensação de paz e felicidade enchia qualquer coração de esperança.
Logo avistou uma bela casinha. Era simples, pintada de verde e tinha uma cerca com a seguinte frase: “ Aqui, apenas esperança! ”
Dona Dor, um pouco confusa, logo pensou: “E agora? O que farei? Bato ou vou embora? ” Foi aí que a velha senhora resolveu bater à porta.
“Toc, toc”
- Bom dia, alguém em casa? – Chamou, pacientemente.
Do outro lado da porta, uma voz doce e angelical respondeu:
- Bom dia!
Alguns segundos depois, a porta abriu e dona Dor, que há muito tempo não sorria, sentiu tanta paz em seu triste e doloroso coração que sorriu calorosamente.
A jovem e bela Alegria a convidou para entrar, serviu-lhe uma xícara de chá adoçado com o mais doce mel do Monte da Esperança e indagou-lhe:
- O que fazes aqui, senhora? O que buscas? Destruição? Pragas afins? Sinto muito, procuras no lugar errado. Então, a jovem Alegria fitou-a de forma curiosa.
Dona Dor, aparentemente envergonhada e visivelmente cansada, respondeu:
- Na verdade, estou cansada deste fardo. São várias primaveras de angústia e sofrimento. Quero livrar o mundo e livrar-me de tantos males. O que podes fazer por mim? Perguntou esperançosa.
A jovem Alegria, pacientemente, pôs a xícara sobre a mesinha de centro e disse:
- Infelizmente, a vida não é simples, suas primaveras sempre existiram e sempre existirão. No entanto, no fardo que carregas, sempre deverás acrescentar ESPERANÇA. Lembre-se: após grandes tempestades sempre virá a calmaria. Agora vá! Acrescente ESPERANÇA aos seus sentimentos e sua vida será menos dolorosa.
Assim, a velha senhora o fez. Desceu o belo monte com a sacolinha mais leve e com a ESPERANÇA de dias melhores.