Fênix do século
Reza a lenda que a fênix poderia viver tranquilamente por até 1000 anos. Porém, em certo momento da vida, dedica-se ao cuidado do ninho, mesmo sabendo que em alguns dias depois o escolhido, entraria para todo sempre em uma autocombustão.
Sua eminente despedida era elucidada por um canto tristíssimo.
O que ela não sabia, era que o fogo não poderia consumir sua essência. E nem que as dores sentidas entrariam em fusão com a dedicação incondicional e a deixaria ainda mais bela.
Desde então, suas garras tornaram-se mais douradas e a luz era capaz de proteger. O choro era curador para quem enxergasse humanamente suas lágrimas e até as cinzas que temporariamente fizeram-a morrer, era antídoto para o renascimento de outras vidas.
E desde então, ela é vista nas asas dos sonhos e na retina daqueles que tem crença na esperança. Tornou-se o símbolo do eterno recomeçar. Famosa do Brasil ao Egito.
Suas asas são capazes de carregar pesos extraordinários, assim como a nossa coragem e inclinação pelo novo.
A história que aconteceu na mitologia, repete-se agora. Somos as fênix do ano de 2020.
Todos voltamos para casa. Muitos, ressignificaram o valor de um lar. Voltamos pela chance mística do recomeçar.
Não sabíamos também que seríamos protagonistas desse imenso recomeço coletivo. Quando estivermos prontos renasceremos das paredes de casa e estaremos novamente aptos para frequentar o mundo que estava carecendo de humanidade.
Teremos um olhar mais sensível, com sentimentos verdadeiramente honestos. Voaremos rumo à saudade e a lembrança. Nos reencontramos e seremos personagens do maior exemplo de resiliência do século.
Por: Giovani Arantes