Abraão, exemplo de fé
Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão (Gal. 3:7)
O apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos (Rm 4:16) declara que Abraão é pai de todos nós no que diz respeito a fé. Diz Paulo: “Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão (porque Abraão é pai de todos nós)”.
Sobre os desafios de se viver pela fé temos o exemplo deste grande patriarca, Abraão, que pode nos ensinar a termos uma fé viva e eficaz em todos os momentos de nossas vidas. Analisando-se a trajetória deste herói, podemos observar pelo menos três momentos na vida de fé deste grande homem de Deus, sendo eles:
A fé que aceita o desafio: “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia” (Heb. 11.8). Segundo esse texto, Abraão aceitou os desafios de Deus, mesmo sem saber claramente qual seria seu fim. Abraão apenas obedeceu sem questionamentos a orientação Divina. Assim como ele devemos também aceitar os desafios de Deus para nossas vidas, pois o Senhor, de fato, sempre terá o melhor para nós. Nosso papel, como servos fiéis, é apenas obedecer. Fé é crer no agir de Deus, e isto é um desafio para nossa mente racional: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem.”(Heb. 11:1). No cumprimento desse desafio Deus espera obediência de seus filhos: “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu”. Os desafios só serão conquistados através da obediência. Deus diz ao profeta Samuel: “Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros” (1 Sam. 15:22).
A fé que nos torna constantes: “Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Heb. 11: 09,10). Devemos permanecer constantes como o fez Abraão, peregrinando na terra da promessa e crendo no agir Divino, crendo em Sua providência e em Seu cuidado para conosco. A fé descrita nos Salmos nos ensina esse mesmo princípio: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam” (Sl 23:4). É a fé do salmista quando escreve: “O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O SENHOR é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?... Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança” (Salmos 27:1,3). Paulo elogia essa mesma fé na vida dos irmãos da cidade de Tessalônica, que em meio a grandes tribulações, tornaram-se exemplo para outros cristãos: “... nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, à vista da vossa constância e fé, em todas as vossas perseguições e nas tribulações que suportais” (2 Ts 1:4).
A fé que triunfa: “porque (Abraão) considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo (Isaque) dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou” (Heb. 11.19). Nos versículos 17 e 18 de Hebreus 11 lemos que Abraão estava mesmo para sacrificar o seu filho Isaque, o filho da promessa, no qual Deus lhe havia prometido a benção de uma grande descendência: “Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas, a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência”. A fé que triunfa é a fé a toda prova, pois Abraão considerou que Deus era poderoso até mesmo para ressuscitar seu filho dentre os mortos. Essa fé é vitoriosa. Lembremo-nos das afirmativas do apóstolo Paulo, quando nos fala sobre a certeza da vitória em qualquer situação: “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?” (Rm 8.31-35).
Que nós, a exemplo de Abraão, possamos ter em todas as situações de nossas vidas a fé que aceita o desafio, a fé que nos torna constantes, e a fé que nos possibilita triunfar sobre as adversidades. Pois se assim for, não seremos jamais abatidos pelas vicissitudes desta vida efêmera.