Vida esplêndida
Há poucos dias a filha de um amigo suicidou-se. Jovem, 33 anos, com nível superior (arquitetura), uma vida pela frente.
E neste mês – setembro – não recordo o dia, é comemorado o dia da prevenção ao suicídio. O tema tem sido evitado, deixado de lado, aqui no Brasil. Não sei porquê.
Já faz tempo as propagandas na mídia focam muito a Aids. Nada contra, mas penso ser salutar a sociedade trabalhar em cima desse quesito.
Li que a cada 45 minutos alguém tira a vida, no Brasil.
Bem, são os mais variados motivos para esse ato extremo.
Não sou psicólogo, nem psiquiatra, portanto sem condições intelectuais de aconselhar ninguém. Posso ajudar apenas, imagino eu.
Como qualquer ser humano enfrento os embates da vida. Dia a dia. Todos temos a cruz para levar. Ninguém está imune às turbulências, aos entraves, às contrariedades, às frustrações. Ninguém.
Eu ajo assim, para me blindar: medito, tento ir ao meu profundo. meditação constante. Faço isso para rebaixar o quanto posso o ego. Este ente abstrato, desconhecido, tem grande influência na gente. Como tem.
Nesse momento (na meditação) forço a mente a valorizar a vida, a alegria, imaginando que alguma coisa, no futuro (esse futuro é o mais próximo possível) me aguarda, sim, coisa boa, alegria.
Vez por outra saio da “normalidade”, afastando o lado “sério”, afastando da cabeça as normas, o politicamente correto.
Fujo delas, das normas, etiquetas. Não, tenho de ser eu mesmo. Não quero ser robô, máquina.
Quebro a rotina. Ando pela rua, chego a conversar com mendigos, dou bom dia a desconhecidos. Parece meio loucura. Não, não é.
A “normalidade” de hoje mais nos escraviza que liberta.
Deus é outra fonte poderosa. A mais poderosa, acredito. A mim faz imenso bem ler Sua Palavra. Não só ler. Ler e assumi-la.
Bem, o essencial – eu entendo – é nos exercitar. Como o atleta profissional precisa fazer exercícios físicos, precisamos exercitar todo instante nossa mente, nosso espírito.
O material, o visível, passa. Por vezes nos apegamos demais às coisas, ou a alguém. Não, isso nos escraviza.
Temos de ter nosso “ganha pão”, emprego, uma atividade produtiva. Mas ir além disso. Quer dizer, projetarmos um sentido para a vida.
Não de querer ser o melhor, ganhar mais, ser rico. Ouvi certa vez alguém dizer: “Seja feliz com o que você tem e com o que você é”.
Sim, podemos trabalhar para avançar, nos desenvolver. Com sabedoria, porém. Recebia mensagens de um site de autoajuda.
Recebi uma, esta. Se você perguntar a uma pessoa: Amigo para onde vai este caminho?
Ela dirá: Para uma montanha.
Se perguntar a um taoísta, ele dirá: Te levará a uma montanha, mas no caminho você verá belas árvores, flores, pássaros cantando, brisa, um bonito lago.
A beleza, a paz, a serenidade, estão no caminhar (da existência). Nas coisas simples, menores.
Felicidade é saber degustar essa maravilha chamada vida.