Somos efêmeros    

 

Os olhinhos nos fitavam como se fôssemos verdadeiros ídolos e não nos apercebíamos disso. Provavelmente nunca mais seremos olhados com tanta ternura, idolatria, amor e confiança. Certamente nos encantávamos com esses olhares verdadeiros e puros, mas naquela oportunidade não podíamos parar e curtir devidamente aqueles momentos.
A vida nos chamava para um punhado de outros afazeres que nos parecia muito mais urgentes e importantes. Deixamos de viver o presente para garantir o futuro deles, sem ao menos pararmos para perguntar: Haverá futuro? Eles precisarão do que julgamos ser importante hoje? Ou será que, como nós mesmos, se arranjarão na vida?
Quantos pais se preocuparam de mais, produziram além do necessário, tiraram todos os espinhos possíveis dos caminhos e cercaram suas crias com tudo que era possível proporcionar de bom. Só se esqueceram de ou não tiveram tempo de curtir e partilhar o cotidiano com seus filhos. Não ensinaram o que fazer com o legado que deixariam e muitos herdeiros simplesmente detonaram tudo rapidamente.
Sabemos de todos esses detalhes que cercam a relação pais e filhos, porém continuamos a fazer as mesmas coisas de sempre e esperamos resultados diferentes. Acredito que não exista uma receita mágica e pronta, contudo devemos nos questionar o tempo todo se estamos partilhando o que é importante e não entrando
em um automatismo comum.
O que poderíamos fazer de diferente e condizente com cada geração?

 



Kennedy Pimenta 🌶