O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO

O fruto do Espírito é uma seleção de virtudes produzidas pelo Espírito Santo na vida daqueles que foram feitos novas criaturas. Esse fruto resulta em uma conduta de vida integra e de acordo com a vontade de Deus. O fruto do Espírito Santo é descrito pelo apóstolo Paulo em;

Gálatas 5:22-23;

22 – Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.

23 - Contra estas coisas não há lei.

Vamos entender melhor o que é o fruto do Espírito e qual o seu significado e implicação na vida dos seguidores de Cristo.

O que é o fruto do Espírito?

Antes de falar sobre o fruto do Espírito, precisamos saber o que diz nos versículos;

Gálatas 5:19-21;

19 – Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia,

20 – Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias (discussão), emulações (buscando um direito que não existe), iras, pelejas, dissensões, heresias,

21 - Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.

O apóstolo Paulo falou sobre os perigos das obras da carne. Essas obras são uma seleção de práticas pecaminosas decorrentes da natureza decaída do homem.

O fruto do Espírito é mencionado dentro de um capítulo onde Paulo faz uma exposição acerca da liberdade que há em Cristo. Ele fornece uma contraposição com as restrições impostas pelo legalismo que estava sendo pregado na comunidade cristã da Galácia. Além disso, o apóstolo enfatizou que o julgo da Lei não é capaz de fazer com que alguém viva de acordo com a vontade de Deus, mas que somente através do Espírito Santo o homem é capacitado a viver uma vida que agrada ao Senhor.

O pano de fundo dos ensinos desse capítulo é a intensa luta entre a carne e o Espírito. O Espírito abomina os desejos da carne, e a carne, por sua vez, rejeita as coisas em que o Espírito nos conduz. Assim, o fruto do Espírito é o bem que nos faz vencer o mal. É o resultado natural de uma nova vida, uma vida regenerada, uma vida que reflete o novo nascimento, a vida no Espírito.

Também é importante não confundir o fruto do Espírito com os dons especiais (dons do Espírito) que o Espírito Santo concede a algumas pessoas e que devem ser utilizados a serviço da Igreja de Cristo. O fruto do Espírito é um conjunto de capacitações que todos os redimidos recebem.

Por que “fruto do Espírito” e não “frutos do Espírito”?

É interessante notar que quando o apóstolo fala dessas capacitações ele utiliza o singular, “fruto do Espírito”, ao invés do plural, “frutos do espírito”. Já quando ele escreve sobre as práticas pecaminosas, ele utiliza o plural, “as obras da carne”.

Muitas especulações já foram feitas na tentativa de explicar o porquê disto. A melhor de todas elas defende que isso acontece porque, diferentemente das obras da carne, o fruto do Espírito é uma unidade. Isso significa que todas as capacitações pertencem a um único fruto.

Não somos nós que produzimos esse fruto, mas o Espírito Santo que o produz em nós. Ele assim o faz de um modo em que uma virtude está diretamente ligada a outra. Por tanto, essas virtudes são indivisíveis e juntas formam “o fruto”. Pense em cada virtude como sendo gomos de um mesmo fruto.

Também facilita o nosso entendimento quando conseguimos entender que o amor é à base de todas as outras virtudes descritas. Se não houver amor, é impossível que se tenha verdadeira alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Podemos dizer que o fruto do Espírito é o amor seguido necessariamente pelas outras oito preciosas virtudes citadas.

Essa não foi a única vez em que o apóstolo utilizou uma metáfora relacionada à produção agrícola para se referir a conduta esperada dos verdadeiros cristãos;

Romanos 6:22 – Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.

Efésios 5:9 – (Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade);

Filipenses 1:11 – Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.

Encontramos também em outros registros bíblicos o mesmo princípio. Um exemplo disto é a pregação de João Batista que enfatizava que o arrependimento verdadeiro produz fruto visível de mudança de comportamento;

Mateus 3:8 – Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;

Lucas 3:8 - Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.

A descrição do fruto do Espírito

Como já foi dito, imediatamente após descrever as obras da carne, o apóstolo Paulo descreveu o fruto do Espírito. O apóstolo apresentou a seguinte relação representativa como sendo o fruto do Espírito:

Amor, Alegria, Paz, Longanimidade, Benignidade, Bondade, Fidelidade, Mansidão e Domínio próprio.

***

Amor

O amor é a base para todas as outras virtudes;

1 Coríntios 13: 13 - Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

Efésios 5:2 – E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.

Colossenses 3:14 – E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.

No mesmo capítulo 5 de Gálatas, Paulo já havia enfatizado a importância e necessidade do amor na vida dos verdadeiros cristãos

Gálatas 5:6 e 13;

6 - Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor.

13 - Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.

Paulo não foi o único a enfatizar a prioridade do amor na vida dos santos. O apóstolo João escreveu que “aquele que não ama não conhece a Deus”;

1 João 4:8 – Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.

1 João 3:14 – Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte.

1 João 4:19 – Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro.

O apóstolo Pedro também ressaltou esse princípio em sua primeira epístola;

1 Pedro 4:8 – Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados.

Claro que tudo isto reflete o ensino do próprio Jesus, onde Ele pessoalmente ensinou que seus discípulos seriam conhecidos pelo amor demonstrado;

João 13:34,35;

34 – Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.

35 - Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.

***

Alegria

A alegria é uma consequência direta do amor. Essa não é uma alegria superficial, nem mesmo significa a ausência de aflições e dificuldades. Essa alegria é aquela que o apóstolo Pedro escreveu dizendo que é “inefável e gloriosa”;

1 Pedro 1:8 - Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso;

Essa alegria também é a mesma que o apóstolo Paulo sentia ao dizer: “entristecidos, mas sempre alegres”;

2 Coríntios 6:10 – Como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo.

A alegria produzida pelo Espírito Santo em nós, faz com que nos alegremos mesmo diante da dor, pois somos capazes de compreender que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus

Romanos 8:28 - E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

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Paz

No livro de Salmos aprendemos que aquele que ama a Lei de Deus possui grande paz;

Salmos 119:165 – Muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço.

Salmos 29:11- O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com paz.

Salmos 37:11 - Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz.

Salmos 85:8 - Escutarei o que Deus, o Senhor, falar; porque falará de paz ao seu povo, e aos santos, para que não voltem à loucura.

Resultante do amor, essa paz é a marca de um coração sereno. ela é uma tranquilidade experimentada verdadeiramente apenas por aqueles que são justificados mediante a fé;

Romanos 5:1 - Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;

Quando alcançamos essa paz, inevitavelmente desejamos compartilhá-la, para que outros também a tenham;

Mateus 5:9 – Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;

Pela cruz de Cristo é que hoje temos a genuína paz.

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Longanimidade

A longanimidade é a paciência característica de quem foi regenerado, que nos preserva das típicas explosões de ira tão comuns nas obras da carne;

Gálatas 5:20 – Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,

A paciência como fruto do Espírito Santo é fundamentada na confiança de que Deus cumprirá suas promessas. Essa certeza não nos deixa cair em desespero;

2 Timóteo 4:2e8;

2 – Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.

8 - Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.

Hebreus 6:12 - Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas.

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Benignidade

Sabemos que nosso Deus manifesta a benignidade;

Romanos 2:4 – Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?

Romanos 11:22 – Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado.

Salmos 107:1 – Louvai ao SENHOR, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.

Salmos 145:8 - Piedoso e benigno é o Senhor, sofredor e de grande misericórdia.

No ministério do Senhor Jesus narrado nos Evangelhos, podemos claramente perceber tamanha benignidade demonstrada por Ele para com os pecadores;

Marcos 10:13-16;

13 - E traziam-lhe meninos para que lhes tocasse, mas os discípulos repreendiam aos que lhos traziam.

16 - E, tomando-os nos seus braços, e impondo-lhes as mãos, os abençoou.

João 8 - 11- E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.

Diretamente resultante do amor, somos aconselhados a demonstrar benignidade. Isso significa que não devemos causar dor a ninguém;

Mateus 5:43-48;

43 – Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.

48 - Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.

Lucas 6:27-38;

27 – Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam;

38 - Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.

Ainda em :

Lucas 7: 50; Lucas 8:40-56; Lucas 13:11 – 12 e 17; Lucas 18:15-17;

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Bondade

A bondade pode ser traduzida como a generosidade presente no coração e expressa nas ações daqueles que são guiados pelo Espírito. É a excelência moral e espiritual produzida pelo Espírito Santo em nós que nos capacita a zelar pela verdade e pelo que é correto. Essa bondade no leva a rejeitar tudo o que é mal e perverso.

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Fidelidade

A fidelidade em algumas traduções aparece traduzida como “fé”. Essa também é uma tradução correta do termo grego utilizado. Porém, devido à clara relação com a bondade e a benignidade citadas anteriormente, a tradução que mais se encaixa ao contexto é “fidelidade” ou “lealdade”.

Analisando a própria Epístola aos Gálatas, podemos perceber que faltava lealdade a muitos membros daquela comunidade cristã, não só para com Paulo;

Gálatas 4:16 – Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade?

Mas para com o próprio Evangelho;

Gálatas 1:6-9;

6- Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho;

9 - Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.

Gálatas 3:1- Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós?

Gálatas 5:7 – Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à verdade?

Assim, fidelidade como fruto do Espírito não apenas se resume à lealdade para com os homens, mas principalmente para com Deus e à sua vontade.

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Mansidão

A Mansidão é o oposto da agressividade, da raiva, da violência. Sermos gentis uns para com os outros revela o fruto do Espírito em nós, e nos faz ser imitador do nosso Senhor;

Mateus 11:29 – Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.

2 Coríntios 10:1 – Além disto, eu, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde, mas ausente, ousado para convosco;

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Domínio próprio

O fruto do Espírito pode ser visto na relação que alguém tem consigo mesmo. O domínio próprio também pode ser traduzido como “temperança”. No sentido original, o termo grego descreve a capacidade de uma pessoa conter-se a si mesma. Exercendo o domínio próprio, submetemos todas as nossas vontades à obediência a Cristo.

A importância do fruto do Espírito

É evidente o contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito. Diante da depravação da natureza humana, sabemos que seria impossível ao homem exercer tais virtudes. É por isso que o Espírito Santo é quem nos capacita a exercê-las. Portanto, demonstrar o fruto do Espírito em nossas vidas não é uma questão de autojustiça ou mérito próprio, mas de submissão à direção e domínio do Espírito Santo.

Em sua exposição sobre o fruto do Espírito, Paulo continua dizendo que “contra tais coisas não existe Lei”;

Gálatas 5:23 – Contra estas coisas não há lei.

Com isto ele quer dizer que não há qualquer restrição a esse modo de vida santo caracterizado pelo fruto do Espírito Santo. Além disso, é vivendo assim que desfrutamos da verdadeira liberdade em Cristo.

Paulo também deixou claro que a única maneira de vivermos o fruto do Espírito em nossas vidas é através da nossa união com Cristo. Essa união reflete nossa completa dependência d’Ele. Nós não somos capazes de exibir por nossa própria força, essas virtudes que fundamentam o caráter cristão.

Assim, o apóstolo nos ensina que “os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com suas paixões e concupiscências”;

Gálatas 5:24 – E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.

Jesus levou consigo na cruz a nossa natureza carnal. Portanto, nossa carne e os desejos provenientes dela que nos escravizavam, foram crucificados com Cristo. O golpe fatal já foi dado! Deus já providenciou tudo o que precisamos para vivermos em novidade de vida de uma forma que o agrada.

O fruto do Espírito na vida cristã

No entanto, cabe a nós agora vivermos na prática o que somos em princípio. Se nossa carne foi crucificada com Cristo, então agora vivemos no Espírito. Se o Espírito é a fonte de nossas vidas, se é Ele quem nos capacita a vivermos em retidão, então devemos entregar completamente nossos passos a Ele. Por isso o apóstolo escreve: “se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito”;

Gálatas 5:25 - Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.

Se somos verdadeiramente seguidores de Cristo, necessariamente devemos viver de uma maneira compatível à nossa fé. A vida cristã deve ser completamente dependente do poder que o Espírito Santo nos concede de mortificar as paixões e desejos carnais, revelando em nossa conduta os efeitos da cruz de Cristo.

Como servos do Senhor, a primeira coisa que deve ser notado em nosso modo de viver é o fruto do Espírito. Se olharmos para nossa própria vida e não enxergarmos o fruto do Espírito nela, então pode ser que nossas raízes não estejam no Calvário.

Glória a Deus, Amém Senhor. -

NRS18122017

NOSLEN OLEBAR
Enviado por NOSLEN OLEBAR em 23/07/2018
Código do texto: T6398371
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