Crescer dói! Mas compensa.
Crescer é algo que muito me inquieta. Tenho 20 anos e moro a 3 fora da casa dos meus pais. Nesse tempo que estive fora, muitas coisas aconteceram, as quais me levam a essa inquietação. Afinal 3 anos morando só muito me ensinaram e na maioria das vezes as lições que aprendi foram regadas a lágrimas.
Aprendi que uma casa limpa não é melhor que uma casa cheia de alegria e com cheiro de comida, que o travesseiro não te faz carinho como a sua mãe faz depois de um dia difícil, que a comida só tem gosto quando tem alguém pra dividir, que o "boa noite" e "bom dia" fazem muita falta, que a solidão pesa, que você precisa encher o filtro de água se não ninguém enche, que a oração tem mais poder quando feita em família, entre tantas outras coisas.
Porém, como eu disse, essa fase de crescimento muito me inquieta pois mesmo com todas essas lágrimas não considero esse processo como algo ruim, pois na dor é que se aprende a viver em um mundo que na maioria das vezes não é seu amigo, que nos ensina a lutar para conseguir ficar em pé, que não liga para se o seu dia foi um lixo, que não está disposto a esperar o seu tempo.
Fico pensando o que seria de nós como seres humanos caso não precisássemos passar por tantas adversidades durante nossa vida, qual o valor atribuiríamos aos anos que chegam depressa, qual seria a nossa história, o que dentro de toda essa loucura que é viver vale a pena contar.
Os tombos que nós levamos ao crescer, nos moldam para ser aquilo que seremos amanhã ou depois. As lutas diárias para simplesmente acordar e ter um novo dia nos mantém vivos. A solidão é cruel, e consome rapidamente. Nessa horas em que nos vemos sozinhos vemos a importância que as pessoas mesmo que imperfeitas, têm em nossas vidas. Elas são o combustível do coração, o fôlego da alma, a inspiração para continuar buscando aquilo que a gente sonha. No meu caso vejo também a fidelidade de Deus, ao me apresentar pessoas que se tornaram indispensáveis, e de manter viva a minha fé e esperança.
Enfim, termino reforçando o que disse no começo: crescer me inquieta, a ponto de começar a escrever um texto sobre isso com pesar no coração e finalizar com vontade de lutar um pouco mais para continuar nessa montanha russa sem desanimar.