Um conto do meu cotidiano.

Certa vez, prestes a subir em um ônibus após mais uma jornada de trabalho; presenciei uma senhor com uma caixa fechada de leite e umas sacolas nas mãos a minha frente que estava pronta para subir no ônibus. Olhando assim, uma situação normal, porém para mim tornou-se um momento marcante na minha vida. Eu educadamente me ofereci para subir a caixa até o assento para ela, ela aceitou eu então entrei por trás do ônibus e pus a caixa ao meu lado, lá da roleta ela estendeu a mão e me ofereceu dinheiro pelo meu gesto, eu imediatamente recusei mesmo tendo ela insistido.

Ela passou pela roleta sentou-se ao meu lado e então iniciou uma conversa; agradeceu muito pela ajuda e começou a contar sua vida. Ela me contou que tinha um filho especial e recebia ajuda do governo para comprar para ele o que ele precisava; leite, biscoitos, coisas que as crianças gostam; bem sabemos que a ajuda não é muita, mas toda a criança merece seu lazer e ter uma alimentação saudável; apertando daqui da li dá. Muito admirado fiquei com o carinho e a dedicação daquela mãe para com seu filho, era lindo ouvi-la falar, a humildade que saia dos lábios dela era de dar inveja a qualquer político.

Então quando eu estava para descer ela se virou para mim e me ofereceu uma caixa de leite, eu recusei ainda mais depois de ouvir a sua história, ela insistiu e me disse que ela não podia deixar de dar algo a alguém que lhe estendeu a mão. Eu fiquei sem jeito e recebi o presente; constrangido fui para casa pensando naquela moça, pensando em tentar encontrar ela de novo para poder retribuir esse seu gesto tão nobre.

Pelo caminho vinha eu emocionado com tanta humanidade, pensei: eu não devia ter recebido, ela precisa mais do que eu. Foi então que me dei por si e cheguei a conclusão de que muitas são as vezes reclamamos de pessoas que não fazem o bem, e quando algumas fazem a impedimos de quando não aceitamos o seu favor, aquele favor genuíno, sem interesse. Hoje confesso que se a visse não a reconheceria e isso muito me incomoda, por mais que eu tente não consigo lembrar do seu rosto.

Chegando em casa falei para minha esposa do ocorrido e lembrei que aquele dia eu fiquei de comprar uma caixa de leite e levar para casa, ela sorriu com o ocorrido e achou muito inspiradora a história. É meus amigos foi um momento mágico e como antes não negava ajuda hoje muito menos, tudo o que penso e tento é fazer o bem.

Enquanto muitos dos que estão acima nada fazem, os de baixo que somos nós, nos surpreendemos uns com os outros. Os de cima só fazem os excrementos que caem sobre nossa cabeça, nos forçando a andarmos com guarda chuvas abertos para não sermos sujos por eles.

Me lembro bem que fezes podem ser usadas como adubo, e como o chão esta cheio delas flores como essa senhora acabam brotando, ganhando força e trazem também consigo beleza, paz, alegria e muita esperança.

Devemos propagar as boas ações, encher este terreno de belas flores, usando dejetos dos animais que pairam sobre nossas cabeças como adubo; uma atitude inteligente e muito humana que anda faltando em nosso mundo nos dias atuais.

Obrigado a todos pela leitura; desejo a todos uma semana de paz com muita alegria e repleta de esperança.

Deixo a vocês, meus amigos, um pedido, que vocês contem as suas histórias. Vamos contagiar o mundo...