Cada um tem o seu!

Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.

Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível;

com ele se entretém

e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,

sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,

que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,

não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida

ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,

nesta insignificância, gratuita e desvalida,

Universo sou eu,, com nebulosas e tudo.

Fátima Damiani
Enviado por Fátima Damiani em 24/08/2017
Código do texto: T6093748
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