Prato de Leite

Certa vez um poderoso rei resolveu escolher de forma inusitada, um esposo para a princesa que já gozava dos seus 18 anos. Uma linda princesa por sinal. O rei então ordenou que se construísse um muro com 10 metros de altura, 50 metros de extensão e 50 cm de largura. E assim foi feito. Ele então mandou organizar uma grande festa para a inauguração da obra e na ocasião, os nobres bravos e destemidos cavalheiros e cavaleiros, disputariam a mão da princesa. E a prova era bem simples. Chegou então o grande dia. O rei reuniu os pretendentes da filha no salão principal do seu enorme castelo e explicou as regras:

- Senhores, hoje eu darei a mão da princesa a um de vocês. Para tanto os cavalheiros devem passar por teste de bravura, coragem e determinação. Como viram, mandei que se fizesse um grande muro no meu jardim. O que os senhores deverão fazer é atravessarem o muro segurando com as duas mãos um prato cheio leite. Aquele que chegar do outro lado sem deixar cair o prato nem derramar o leite será o felizardo a se casar com minha filha.

Todos espantaram. A missão era tão simples que até parecia uma piada. – Vamos todos para lá pois o povo nos espera – continuou o rei.

Chegando ao jardim, foi organizada uma fila – precisou a guarda real intervir, pois todos queriam ser o primeiro, já que tinham a certeza que atravessar o muro segundo um prato com leite seria fácil de mais. O rei ordenou: - Que suba o primeiro. O lorde subiu, foi lhe entregue o prato cheio de leite. – Rufem os tambores - Gritou o rei. A multidão gritava, fazia algazarra e claro: torcia pelo infeliz cair. O rei levantou a mão, os batuqueiros pararam e ele disse: - Comece a andar. O Lorde iniciou sua missão. Depois do quinto passo os arqueiros do rei começaram a atirar suas flechas incandescentes no muro e em direção ao lorde, seus soldados de elite davam tiros, seus recrutas atiravam de canhão e o valente guerreiro se desequilibrou e caiu. E assim foi acontecendo com todos. Um a um que subia e começava caminhar logo caia apavorado com os tiros e o medo de ser atingido. Todos os pretendentes caíram. O rei esbravejou: - Covardes. Cambada de frouxos. Será que em todas estas terras e neste reino não tem um homem de coragem? São todos covardes? – foi aí que do meio da multidão um plebeu gritou: - Meu rei. Eu consigo atravessar o muro. O rei fez sinal que se aproximasse. Chegou ao rei aquele camponês de roupas surradas e encardidas.

- Você é um plebeu, um pobre miserável. Jamais deixarei que faça a prova, pois jamais darei minha filha para ser tua esposa. O Rapaz então respondeu – Meu rei, no enunciado que vossa majestade distribuiu não esta’ dizendo que um plebeu não possa fazer a prova. O Rei coçou a cabeça – por certo pensou na cabeça que logo mais iria decepar, nesse caso do seu redator – pensou, pensou... – Tudo bem. Você pode fazer a prova. O plebeu subiu no muro, deram-lhe o prato de leite. O rei chamou seus comandantes e mandou que intensificassem ainda mais os tiros e as flechas. – Gritou: - Comece!

O plebeu começou andar e o couro comeu solto. Tiros e mais tiros, flechadas e mais flechadas, gritos e mais gritos... e nada. Em pouco tempo o plebeu chegou do outro lado. O povo foi ao delírio. O rei estupefato chamou o homem e lhe perguntou: - Como você conseguiu fazer isso? Não teve medo dos tiros, das belas de canhão e das flechas? O plebeu lhe respondeu: - Tiros? Balas de canhão? Flechas? Nem os percebi pois eu estava prestando atenção no leite.

luznaentradadotunel
Enviado por luznaentradadotunel em 07/03/2017
Código do texto: T5933475
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