Ai de mim se não fosse o Natal
Chegamos a mais um Natal!
Ai de mim se não fosse o Natal. Não este Natal do tipo locomotiva que puxa os vagões do comercio, da indústria, e de serviços. Estes podem puxar para cima os lucros e os empregos temporários, mas são impotentes para levantar os cansados, os oprimidos, os enlutados, os famintos. Ai deles que só aumentam enquanto entra e sai Natal.
Ai de mim se não fosse o primeiro Natal. Este sim (e não os outros milhares) aconteceu para salvar o mundo. Mundo feito perfeito, mas que despencou. Queda feia, queda mortal. Caiu dos altos degraus da pureza, da justiça, do amor.
Ai de mim que querendo ou não neste mundo fui concebido contaminado com seu DNA. Ao nascer ganhei a passagem para um voo destinado à queda, precipitado da presença do criador, da face do Pai. Peregrino achei-me sem saber como voltar e nem para onde ir.
Ai de mim se não fosse aquela criança de Belem marcada para morrer com morte de cruz. Tomou para si a sentença que era minha. Morreu para ressuscitar. Reviveu para abrir caminho. Estreou a única rota para que um peregrino como eu fosse resgatado de volta ao Pai e à verdadeira vida sem fim.
Ai de mim se eu tivesse apenas votos formais de mais um feliz Natal para repetir a você e aos teus. Porem, anseio que as novas de alegria proclamada pelos anjos naquela noite revelem-se a você e família, levando-os como aos pastores e aos sábios ao encontro de Jesus: “Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. (Lucas 2:11-12)”.
Heron Caetano