As sementes lançadas ao solo passam por sufocante processo marcado pela dor, solidão e letargia. Algumas não resistem e se entregam à aniquilação total. Outras – inconformadas com tão ínfima condição – liberam sua força vital e rompem as entranhas da terra, transformando-se em frágeis plantinhas que lutam bravamente contra as intempéries e crescem. Crescem vigorosas para depois – pela ânsia vital contida em seus cernes – multiplicarem-se, perpetuando espécies ou – pelas mãos humanas – moldarem possibilidades. 
 
Como as sementes, também nós podemos nos enclausurar na dor, consumindo-nos num profundo vazio existencial... Ou reagirmos, transformando os momentos difíceis de nossa jornada terrestre em sublimes oportunidades de crescimento e evolução; em dádivas especiais para o despertar coletivo.                                                                               
Doces Momentos Amargos é uma pausa reflexiva pautada nesta analogia. É reverência aos que rompem os grilhões da dor e alçam voo rumo à liberdade de agirem guiados pelo coração; aos que ressignificam suas mazelas, usando-as como impulso para seguir adiante e tornar o mundo melhor, pois caminhar é preciso, mesmo que seja sobre brasas...