MENSAGEM DE NATAL 2005

QUERIDOS IRMÃOS-POETAS E AMIGOS

Nesta quadra de Natal sempre me sinto um tanto melancólica, pesando em mim os muitos Natais já passados numa vida que já se vai fazendo longa. São muitas memórias, umas de encanto, outras de desencanto. Tudo se mistura na minha mente como um caleidoscópio de cores e sombras onde dançam o passado, o presente, e a geométrica perspectiva do futuro. Cores de alegria, presentes, fitas multicores, bolas coloridas, presenças de entes queridos, risos de criança, poemas e cânticos de Natal improvisados em família. Sombras de ausências, muitas ausências, que o tempo foi trazendo no seu avanço e reverso de encurtamento. Porém, presença de sempre e ainda constante e viva, o Cristo, capaz de amenizar todas as dores, todas as saudades. Por Ele renovo o presépio em cada ano de Seu aniversário. Por Ele enfeito a Árvore de Natal (símbolo pagão, é certo), mas um ornamento com que faço questão de alegrar o dia do nascimento do Menino-Deus, como de enfeites coloridos ornamentamos as festas de aniversário das nossas crianças.

Falar-vos de outras sombras - da (des)Humanidade que nos rodeia, das “outras” crianças espalhadas pelo mundo fora, da fome, das guerras, das injustiças sociais e de sentimentos impuros que nos tocam e magoam, não vou falar, não! A minha melancolia viraria tristeza, e essa não quero passar para vós, nesta época que deverá ser de júbilo e alegria. Já basta a tristeza que cada um de nós sente pela frustração de um mundo que ignora a Palavra do Cristo - e que cada um de nós expressa e denuncia em prosa e em verso e até em silêncios magoados.

Não estou triste, não, amigos! Apenas melancólica! E um tanto recolhida dentro de mim. Fazendo também um balanço do ano que está prestes a findar. É disso que quero falar-vos. De alegrias, somente!

Deus tem sido muito benévolo comigo. Algumas preocupações e contratempos, desgostos até, os levo como parte dos escolhos do caminho, necessários à evolução e ao aperfeiçoamento da alma.

O ano de 2005 trouxe-me muitas alegrias. Em substituição da família de sangue, cuja presença física fui perdendo, trouxe-me uma família virtual que eu amo e que me tem acarinhado como real. Vós, meus amigos e companheiros de letras, a quem eu gosto de chamar irmãos, são essa família querida. Convosco tenho rido, cantado e dançado, chorado de emoção algumas vezes. Juntos temos orado pelos que sofrem ou partiram deste mundo. Temos trocado beijos, abraços e carinhos tantos… Temos trocado experiências poético/literárias, mensagens de apreço, de estímulo e carinho, temos ensinado e aprendido, nesta troca saudável, fraterna e calorosa, numa dádiva gratuita do que cada um de nós tem para dar. Sem críticas mal intencionadas, sem orgulhos de supremacia e vaidades vãs. A isso eu chamo de respeito pelo sentimento/inspiração, pela diversidade de cada um, na certeza de que ninguém é dono da verdade, na eterna relatividade da apreciação e julgamento. Só assim podem construir-se verdadeiros laços de união e amizade.

Pelo muito que me deram todo este ano, queridos amigos, eu vos agradeço com a mais profunda ternura que albergo em meu coração.

Peço-vos a vossa compreensão amiga e que me perdoem pelas minhas ausências, pelo tempo que pareci ignorar-vos, por impedimentos e actividades várias e, também, valha a verdade, por momentos egoístas de silêncios introspectivos e de recolhimento.

Deixo-vos aqui a certeza de que todos moram no meu coração e que sem o vosso carinho e amizade a minha vida ficaria muito descolorida e sem graça.

A todos vós, meus irmãos queridos, desejo um Santo Natal, na companhia espiritual do Cristo Redentor e de todos os seres que vos amam e vós amais.

Que o Novo Ano de 2006 vos traga tudo de Bom, com Saúde, Paz, Luz, Vida e Amor! Ah! E muita inspiração para continuarem a encher de estrelas o nosso Universo Poético.

Beijos de amor e carinho

Carmo Vasconcelos

(Carminho)

Natal/2005

Carmo Vasconcelos
Enviado por Carmo Vasconcelos em 20/12/2005
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