Neste Natal, não esqueça do essencial

Neste Natal, não esqueça do essencial.

Seja você uma pessoa religiosa ou não, o fato é que, para os Cristãos, a data celebra o nascimento do homem de Nazaré.

Mas, independente de crenças, é uma data associada ao resgate do humano em nós, que nos convida à solidariedade e ao espírito de ajuda ao próximo.

Para os Cristãos, um momento de reflexão. O nascimento de Cristo, numa manjedoura, nos convida a avaliar nossa postura diante do mundo. Ao lado de animais, nasce aquele “enviado de Deus”, a nos mostrar a importância da humildade, de não nos colocarmos acima de nada e o respeito às demais espécies que compõem este planeta.

A fuga de Maria e José é a fuga de tantos de nós, que hoje, 2024 anos após o nascimento de Cristo, ainda vivenciamos guerras, disputas territoriais, racismo, etnocentrismo e xenofobia, frutos do orgulho e egoísmo que ainda dominam a nossa humanidade terrena.

O momento é de convite para que possamos falar menos de Cristo e vivenciar mais o que ele nos ensinou.

Uma análise de sua vida nos mostra que ele não esperava que nós o colocássemos num altar, pendurado a uma cruz.

É bem interessante observar que muitos de nós, que nos chamamos Cristãos, apresentamos comportamentos bem semelhantes ao que Jesus criticava nos Fariseus...

Há muitos de nós que trazemos o texto bíblico de cor, mas não vivenciamos o que pregamos, como os fariseus que dominavam a “lei”, mas não a seguiam.

Jesus também criticava a ostentação religiosa, daqueles que buscavam fazer as boas ações e orações em público, visando obter reconhecimento e elogio.

Jesus apontava que, ao julgar os demais, os fariseus às vezes impunham pesados fardos aos outros sem demonstrar empatia ou disposição de ajudar.

Nos evangelhos, os fariseus também simbolizavam o tipo de religiosidade que Jesus buscou modificar: uma fé rígida e focada em aparências externas, em vez de um relacionamento genuíno com a natureza que nos criou.

Jesus vivenciou o que pregou. Não deixou nada escrito, apenas relatos de sua vida a nos mostrar que somos todos frutos de uma fonte criadora e que, ao invés de buscarmos a “salvação” louvando a algo desconhecido, devemos compreender o milagre da vida através de nossas próprias relações.

Jesus nos ensinou que “Deus” se manifesta aos homens através dos próprios homens. Nos ensinou que temos potencial para construir, amar, amparar...

É esse o verdadeiro sentido do Natal. Que a gente esteja de coração aberto, entendendo que o tempo do orgulho e do egoísmo está ficando para trás.

A história nos mostra que esse não é o caminho.

O caminho verdadeiro é o do amor. É o da solidariedade. É o do convite a nos olharmos como verdadeiros irmãos.

Que este Natal seja o convite para que possamos realmente incorporar em nossas vidas a mensagem de que “Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei-o também a eles”.

Que ao invés de esperamos que os outros façam, possamos nós mesmos darmos o primeiro passo.

Se eu me sinto solitário, que eu me torne a companhia de outra pessoa.

Se eu me sinto injustiçado, que seja eu a lutar por mais justiça.

Se eu não me sinto amado, que seja eu a amar.

Se eu não me sinto visto, que seja eu capaz de enxergar todos os que estão ao meu redor.

Comecemos em nós as mudanças que desejamos no mundo.

Façamos o que desejamos que o outro nos faça, sem esperar reconhecimento ou retribuição.

O verdadeiro amor, é doação.

Que possamos vivenciar o espírito de Natal por todas as noites de nossas vidas.

Feliz Natal!